Editorial


O ano do Grande Jubileu está por terminar. É cedo ainda para se fazer um balanço dos objetivos. Em todo caso, foi um ano cheio de eventos, de saudáveis provocações e de surpresas alvissareiras. Tenho certeza que será lembrado por todos como um ano de graças, que restituiu a esperança a tantos corações.

O protagonista principal deste ano foi a figura do Papa, o qual, apesar da idade e da saúde precária, não parou de surpreender por seu testemunho e por sua criatividade.

Muitas as surpresas desde o início do ano: desde a primeira passagem pela porta santa até a celebração penitencial pela purificação da memória; a visita aos encarcerados, tomando refeição com eles e pedindo maior clemência e humanidade para com eles; sua peregrinação à Terra Santa, com os gestos de reconciliação e de perdão no Santo Sepulcro e no Muro das Lamentações; suas mensagens aos religiosos, aos sacerdotes e aos jovens.

A pedra fundamental der todo este otimismo é a verdade da palavra, a palavra de verdade, Jesus de Nazaré.

Deste fé o Papa tira sua força e continua a pedir a todos o testemunho perante o mundo.

Na Jornada Mundial da Juventude ele dizia: “Caro jovem, Deus é um Deus que nos interpela. Tu existes de fato quando percebes que ele te ama, te fala e tu tens a capacidade de responder. Tu és o interlocutor. Tua vida será absurda e vazia de significado se ninguém mais te dirigisse a palavra, o que significaria que não interessas a mais ninguém. O que dizer então da vida cristã de um jovem ao qual Deus não fala mais? Uma vida na qual Deus é apenas um objeto de estudo, e o evangelho uma simples lei a respeitar?”

Deus revela-se falando ao coração. Ele diz que o homem é uma criatura muito preciosa e que quer viver conosco. “Eu estarei convosco até o fim dos tempos!.

Para nós, dehonianos, um acontecimento forte e momento de graça foi a Conferência geral sobre Economia e Reino de Deus. Foi uma ocasião para refletirmos juntos as situações de extrema pobreza de inteiras populações, provocadas por uma economia de mercado livre, dominada pelo egoísmo e pela busca de lucros.

Chamados a ser profetas do amor e servidores da reconciliação, somos questionados por esta situação. A Conferência nos forçou a uma sensibilização mais profunda e a entrever opções pastorais no contexto do carisma dehoniano.

Em outubro houve ainda o Encontro Internacional da Família Dehoniana. O próximo caderno desta coluna abordará este tema.
 
 

Andrea Tessarolo, scj