DOSSIÊ CENTRAL

NOVO MILLENNIO INEUNTE

O GRANDE JUBILEU:

UMA HERANÇA A CULTIVAR

Andrea Tessarolo (IS)

Novo Millennio Ineunte”, este é o título da carta que o Papa escreveu no encerramento do Grande Jubileu. Nela, ele lembra os frutos do Jubileu e sua fecundidade para a Igreja à qual abre-se um novo caminho e o Papa nos convida a percorrê-lo com o espírito sugerido pelas palavras de Jesus a Pedro: Duc in altum (leva mais para dentro: olha mais para longe) (Lc 5,4).

O conteúdo da carta pode ser resumido num convite tríplice: fazer a memória agradecida do passado; viver com paixão o presente e abrir-nos com confiança ao futuro.

Parece-nos importante acolher este convite do Papa, oferecendo um resumo da carta e fazendo a memória dos grandes acontecimentos do Jubileu.

Memória agradecida do passado

João Paulo II viveu boa parte de seu pontificado no sonho e na esperança de estar à frente da Igreja no ano do Jubileu, desejando “que a celebração do mistério da Encarnação fosse vivida como um canto contínuo de louvor à Trindade e como um caminho de reconciliação e de esperança parar todos os crentes”.

Este seu sonho tornou-se realidade. É natural que suas primeiras palavras sejam: “Grande foi a alegria”, “Nós te agradecemos”, “dimensão de louvor”... pelos muitos dons regalados à igreja.

Desta forma o Papa nos faz compreender com que espírito ele participou deste eventos.

Diante das maravilhas que Deus fez por nós não podemos esquivar-nos de agradecer. Por outro lado, tudo o que ouvimos nestes dias, deve ser acolhido e decifrado, sob a força do Espírito santo.

Na lista de dons, é lembrado em primeiro lugar o “hoje da salvação”: o jubileu nos fez entender que dois mil anos de história se passaram sem esmorecer a força do hoje de deus que os anjos anunciaram aos pastores: hoje nasceu-nos um salvador, que é o Cristo Senhor.

Depois são lembrados , muitos eventos do calendário jubilar: a abertura da Porta Santa. O natal de 1999, o jubileu dos consagrados, dos trabalhadores, a memória dos mártires, no Coliseu, a visita aos encarcerados, o jubileu das famílias, o Congresso eucarístico e a inesquecível Jornada mundial da Juventude. O conjunto deste fatos todos é considerado como um tesouro que não deve ser desperdiçado ou esquecido, mas transmitido às novas gerações como uma herança preciosa.

O ano todo foi vivido como uma memória do passado e como profecia, ao mesmo tempo. Passamos a comentar alguns destes fatos.

Purificação da memória

É tradição que os anos jubilares sejam caracterizados pela conversão e pela renovação interior para as pessoas e para toda a Igreja.

Uma novidade deste jubileu foi o convite do papa a fazer a purificação da memória. Ele próprio deu o exemplo quando, a 12 de março, pediu perdão publicamente pelas culpas da igreja ao longo da história.

Este gesto surpreendente repetiu-se, depois, sob outras formas, na visita à Terra Santa, ao Cenáculo, ao Calvário, ao Santo Sepulcro, ao Muro das Lamentações. Foram gestos nem sempre aceitos por todos.

O jornalista Gad Lerner. Judeu, numa entrevista para a revista “Evangelizare” mostrava-se entusiasmado com o gesto de 12 de março e dizia que trata-se de um gesto mais importante que os gestos políticos ou encontros diplomáticos.

Em Israel, entretanto, a primeira reação às palavras do papa forma de desilusão. Acharam o texto reticente e pouco claro. Porém, quando estas mesmas palavras foram escritas num bilhete que o Papa enfiou numa fresta do Muro das lamentações a atitude mudou pela autenticidade da intenção do Papa.

Condenação da guerra

Se humilde foi oração do papa pedindo perdão, forte foi a condenação da violência e da guerra, a intolerância étnica sobretudo contra os judeus. “A igreja se entristece profundamente pelo ódio, a perseguição e pelas manifestações de anti-semitismo em todos os tempos”.

Este gesto foi também um passo importante no diálogo com os judeus.

Outro apelo foi feito pela paz entre judeus e palestinos. A busca desta paz não pode ignorar a criação de um verdadeiro país aos palestinos. O caminho para isto não pode estar empilhado d e cadáveres As diferenças étnicas e culturais nunca deveriam ser motivo de guerra, mas de diálogo. A condenação da guerra e da intolerância e do fundamentalismo fica muito clara e forte. Quando a 13 de janeiro o Papa dirigiu-se ao Corpo diplomático, disse: “Neste início de milênio, tentemos salvar o homem!”. O Papa frisava que esta preocupação era por todos os homens.

“Quero repetir a determinação da Igreja Católica a defender o homem , sua dignidade, seus direitos e sai dimensão transcendente”. Isto requer a condenação de toda forma da integralismo cultural e religioso ao lado de um compromisso de diálogo e de respeito.

O século dos mártires

Muito foi feito durante este jubileu para recuperar a memória dos testemunha das fé do século XX. Lembre-se a celebração no Coliseu a 7 de maio, junto com representantes de outras Igrejas.

Nossa Congregação não ficou alheia a estas celebrações e 44 mártires nossos foram lembrados. D. Wittebols, bispo de Wamba junto com os outros 27 companheiros, vítimas da violência dos simbas; Martino Capelii, fuzilado pelos nazistas, na Itália, o primeiro beato, Juan M de la Cruz García Méndez, e outros que morreram em conseqüência da prisão e de privações.

Na carta de 18 de dezembro de 2000, o Superior geral anunciava a toda a congregação a beatificação do P. García Méndez. Fixada para 11 de março de 2001. !Será o primeiro beato SCJ. É o nosso proto-mártir. Ele ocupa o primeiro lugar na lista de 44 mártires da Congregação durante este século XX”. A lista completa deles, vem na nota.

A Jornada Mundial da Juventude

Como não recordar a alegre reunião dos jovens? Se há um a imagem memorável do Jubileu, certamente é aquele mar de jovens, com os quais pude estabelecer uma espécie de diálogo privilegiado, de simpatia e de profundo entendimento”.

A Jornada surpreendeu pelo número de jovens. A imprensa deu uma nova cara á religião. O evento mostrou que são muitos os jovens que estão á procura de mensagens que falem não só à razão mas também ao coração e de um sentido para suas vidas.

“A contribuição pessoal do papa a este fenômeno foi decisiva, sustenta o cardeal Martini. “Ele entendeu que os tempos mudaram, quando nós estávamos ainda traumatizados pela contestação. Ele acreditou, ousou e os jovens corresponderam”.

Na sua fala ás vésperas do grande encontro ele envolvei aqueles jovens usando uma linguagem que parecia antiquada. Mencionou a dificuldade dos jovens d e hoje viverem a castidade pré-matrimonial, a luta para fazer amar a respeitar a vida. Insistiu na fidelidade dos jovens casados, na lealdade entre amigos, na dificuldade de viver a solidariedade e a paz no mundo.

Os jovens entenderam isto. Os testemunhos foram numerosos. “Minha vida mudou graças a Jesus Cristo. Em Roma, terça-feira de noite, vi um pouco do paraíso” (Bayouma). “Cheguei a Roma com o desespero no coração. As palavras do papa restituíam-me a esperança” (Dori). !Sou árabe cristão. Saúdo todos os árabes e lhes digo: creio numa Igreja católica e Apostólica” (Traib). “Todos estávamos felizes não porque éramos muitos, mas porque procurávamos a Jesus e o encontramos nos nossos irmãos, nas distâncias percorridas, no confessionário, onde menos esperávamos. Agora não podemos perder o momento; botemos fogo no mundo” (Prost).

Viver intensamente o presente

A tônica de todos estes eventos jubilares foi a contemplação do rosto de Cristo. Os diversos eventos foram tantos modos de celebrar a boa nova trazida pelo cristianismo que é a encarnação do filho de Deus, boa nova que interessa a todos os homens.

A todos os grupos que recebia, a Papa fazia a mesma pergunta: “O que vieram procurar?” A resposta era a mesma de Pedro: “A quem iremos, senhor? Só tu tens palavras de vida eterna!”. Assim foi anunciado Jesus de Nazaré, assim ele foi celebrado como nunca antes.

A celebração deste mistério nos levou a compreender melhor também a caridade, a solidariedade, o perdão, o apelo missionário. Dentro do mistério da Encarnação entreviu-se a espiritualidade do Ecce venio, na sua fundamentação evangélica. A busca de Jesus do evangelho trouxe á luz também i mistério da Trindade.

Uma parte da imprensa se deteve a analisar apenas os aspectos exteriores e taxando estes fatos em fenômenos de mass media, com o Papa sendo uma espécie de pop star.

Numerosos foram os depoimentos de alegria e sincera descoberta deste mistério, no meio destas celebrações de massa e aparentemente festivas demais. “Cheguei a Tor Vergata, diz uma jovem, arriei minha mochila e olhei ao redor. Logo compreendi o q eu significa sermos filhos do mesmo Pai”.

O Papa não parou de repetir dos jovens que olhassem para Cristo e o acolhessem em seus corações e em suas vidas. “Caros jovens, não duvidem do amor de Deus por vocês. Ele tem um lugar para vocês em seu coração e uma missão no mundo.... No evangelho o ressuscitado pergunta a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Jesus não pergunta quais são seus talentos. A ele que há pouco o tinha traído, ele pergunta uma só coisa; tu me queres bem?”.

“Hoje Jesus Cristo faz a mesma pergunta a vocês. “Tu me amas?”. Tudo o resto vem por si. Seguir os passos de Jesus não requer de imediato que se faça algo. Requer, sim, um amor incondicional”.

Superendente foi este testemunho: “Como é estranho! Nunca pensei dizer estas palavras. Depois de 18 anos afastado da Igreja, sempre procurando por alguma coisa, que grande alegria perceber a grandeza de Cristo. Que coisa grande foi esta jornada! Atravessar as portas santas junto com tantos jovens, ouvir as palavras do Papa, após esta longa caminhada, deu-me uma forma incrível. Obrigado, Ângela por ter estado em Roma contigo. Obrigado por me teres levado” )Nicola).

Vocação à santidade

O papa dedica diversas páginas de sua carta ao tema da santidade vivida no cotidiano. A proposta é de contemplar o rosto de Cristo, a partir do evangelho, seja o rosto dolorido, seja o rosto glorioso da ressurreição. A Igreja olha para o Cristo ressuscitado como Pedro olhou e disse: “Tu sabes, Senhor, que eu te amo”. Olha como Paulo olhou e disse: “Para mim, viver é Cristo e morrer é um lucro”.

A segue-se o convite para ouvir a palavra de Deus e colocar-se à disposição para colaborar na construção do reino de Deus, reino de justiça e paz.

A própria Igreja nasceu do lado aberto de Cristo e vive da contínua presença de Jesus nela. “Eis que eu estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos”. O compromisso cristão não se limitará a práticas devocionais mas a encontrar o Cristo, imitá-lo , e nele, viver a vida trinitária”. Este é o caminho proposto por Sua Santidade. “A descoberta da Igreja co mo mistério, como povo reunido na unidade do pai, do Filho e do espírito Santo, resulta na descoberta da santidade. Esta é a vontade de Deus, a a santificação”.

A arte da oração e da vida litúrgica

É preciso ainda descobrir a arte da oração. A pedagogia da santidade só conhece esta estrada. A Aprende-se a arte da oração com o próprio mestre. “Senhor, ensina-nos a orar”. A prática da oração desenvolve-se no diálogo com Jesus, com o qual nos tornamos íntimos: “permaneçam em mim e eu permanecerei em vocês”.

Um terceiro objetivo é a vida litúrgica centrada na Eucaristia dominical, “cume para o qual tende a Igreja toda e fonte da qual emana todas as virtudes”. A Eucaristia é a alma de toda a espiritualidade e pastoral, lembrando-nos o primado da graça, o alimento principal, através da escuta da palavra, primeiro vivida e depois testemunhada.

É deveras necessário o “momento da fé, o momento da oração, o momento do diálogo com Deus, para abrir o coração à onda da graça e permitir que a palavra de Cristo nos penetre com sua força: Duc in altum! Foi Pedro, naquela pescaria, que pronunciou as palavras de fé: Sob atua palavra lançarei a rede”. Permitam ao sucessor de Pedro, neste início de milênio, convidar toda a Igreja a este ato de fé, expressando-o num renovado compromisso de oração”.

Abrir-nos com confiança ao futuro

“Tantas coisas são necessárias para a igreja fazer sua trajetória. Se viesse a faltar o amor, porém, tudo o resto seria inútil.

O ponto de partida desta carta é pois o novo mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei!” O Papa fala de um amor que brote do coração do Pai, através do coração de Cristo, e se derrame no coração dos crentes, os quais passam a formar um só coração e uma só alma. Esta sobrenatural comunhão de amor manifesta a “essência da própria Igreja e a transforma em sinal e instrumento de comunhão entre os homens, e deles com Deus”.

Espiritualidade de comunhão

As conclusões sugeridas não são muitas. O papa pede um compromisso de promover uma espiritualidade de comunhão, que faça da igreja uma escola e uma casa de comunhão. Este é um grande desafio se quisermos ser fiéis e Deus e responder aos anseios das pessoas.

Espiritualidade de comunhão significa um olhar do coração no mistério da Trindade que habita em nós, cuja luz se percebe no rosto dos irmãos ao nosso lado. A espiritualidade de comunhão quer dizer capacidade de sentir o irmão como alguém que me pertence, para partilhar com ele as alegrias e os sofrimentos, para intuir seus desejos e cuidar de suas necessidades, para oferecer-lhe uma verdadeira e profunda amizade. Espiritualidade de comunhão é a capacidade de ver positivamente os outros para colher e valorizar os dons que neles estão manifestados, dons que também são meus.

Espiritualidade de comunhão é saber criar espaço para o irmão, é carregar o farde dele e superar o egoísmo, a competição, o carreirismo, a desconfiança e a inveja.

Não nos iludamos, sem estes valores interiores a pouca servem os sinais externos de comunhão. O para, todavia, acrescenta que é importante valorizar e preservar os ambientes e instrumentos que criam comunhão bem como educar a comunidade cristã a um espírito de comunhão capaz de criar espaço a todos os dons do Espírito.

A comunhão requer uma pastoral que leve todos a descobrirem sua parcela na missão da Igreja, uma pastoral vocacional que atinja todos os ambientes, a família, a paróquia, as associações, e que eduque a comunidade cristã a melhor compreender o específico da vida sacerdotal e religiosa, a vocação própria dos leigos, que venha a promover uma autêntica pastoral familiar, capaz de recuperar o valor do matrimônio em todo o seu esplendor.

Compromisso ecumênico

O Grande jubileu ressaltou o caráter da Igreja como mistério da unidade., renovando o compromisso d se promover um maior diálogo ecumênico. A unidade da Igreja, como Corpo de Cristo, é fruto do Espírito Santo. As divisões religiosas são conseqüência da fragilidade em acolher este dom.

A oração de Cristo, lembra o Papa, nos lembra que este dom deve ser acolhido e desenvolvido com maior convicção. A invocação ut sint unum é um imperativo forte a nos empenharmos neste diálogo. A confiança de alcançar algum resultado se fixa na oração de Jesus.

O Papa nutre grande esperança de retomar plenamente a troca de dons entre a Igreja de Roma e as Igrejas Orientais. Ele lembra a riqueza do primeiro milênio, quando a Igreja respirava com dois pulmões e caminhava no respeito da diversidade de cada um. Neste espírito deve-se cultivar o diálogo com os anglicanos e com protestantes em geral.

Um novo século e um novo milênio abrem-se na luz de Cristo. A Igreja goza desta luz e deve ser como que um reflexo dela, para levá-la até aqueles que não a vêem, coisa que nem sempre tem acontecido.

Nesta ótica situa-se o desafio do diálogo inter-religioso que deverá ser um grande preocupação de século que se inicia.

Ainda nos anos passados a Igreja tentou, embora com momentos apenas simbólicos, estabelecer relações com lideranças de outras religiões. O diálogo deve continuar, mas não pode fundamentar-se no indiferentismo religioso. Devemos conduzi-lo oferecendo o testemunho pleno de esperança que temos, para nos tornarmos um anúncio alegre de um dom que é para todos.

Por fim, um olhar sobre as missões ad gentes, isto é, o anúncio a todos de que Cristo é Caminho, verdade e Vida, sem esquecer que devemos também ouvir. Sabemos que o mistério da graça é infinitamente rico de dimensões para ávida e para a história dos homens.

Apostar na caridade

O amor ao próximo sempre foi a marca registrada dos cristãos., um amor desinteressado, heróico, ás vê\es. Que toma o nome de Maximiliano Kolbe, Teresa de Calcutá, Cotolengo, Vicente de Paula....

No fim da sua carta, o Papa deseja que o novo milênio possa testemunhar ainda maiores exemplos de caridade em favor dos pobres. Com eles Cristo quis identificar-se: tive fome e me destes de comer....

Ninguém pode ser excluído deste amor. O Senhor está presente de modo especial nos pobres. Precisamos hoje de maior fantasia de caridade, novos modos de estarmos próximos dos necessitados, não de forma a humil0gar , mas a partilhar.

Duc in altum! O novo milênio abre-se como um oceano a navegar, uma estrada pela qual aventurar-se. Nosso passo deve ser acelerado. O simbolismo da porta santa que s e fecha trás de nós, deixa aberta mais ainda a porta viva que é Cristo.

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Notas

1. Estes são nossos mártires:

1936: Beato Juan Maria de la Cruz García Méndez (Eapanha)

1941: P. Franz Stanislaus Loh (Alemanha)

1942: P. Joseph Benedetto Stoffels, P. Nicolas Anton Warnpach (Luxemburgo)

1944: P. Nicola Martino Capelli (Italia)

1944-1945: os missionários mortos num campo de concentração japonês em Muntok (Indonésia): P. Piet Mathias Cobben, P. Andreas Gebbing, P. Whilhelmus F. Hoffmann, P. Franz B. Holfstad, P. Theodor T. Kappers, P. Isidorius G. Mikkers, Ir. Gerardus M. Schulte, Ir. Theodor W. Van der Werf, P. Piet N. van Eijk, P. Franz J.B. van Iersel, P. Harry N. van Oort.

1945: P. Christian H. Muermans (Bélgica).

1961-1964: 28 missionários belgas (belgas, luxemburgueses, holandeses e um italiano) no Congo: D. Joseph A. Wittebols, P. Amour J. Aubert, P. Karel J. v. R. Bellinckx, P. Hermanus W. Bisschop, Fr. Martinus Damianus Brabers, P. Clément F. Burnotte, P. Joseph Ch. B. Conrad, P. Johannes B. de Vries, P. Henricus D. Hams, P. Leo L.-M. Janssen, Fr. Jozef Andries Laureys, P. Aquilino Bernardo Longo, P. Jacques J.V. Moreau, P. Gerardus St. Nieuwkamp, Fr. Jozef Alois Paps, P. Arnoldus W. Schouenberg, Fr. Wilhelmus Arnulfus Schouenberg, P. Johannes A. Slenter, P. Josephus J. Tegels, P. Francicus Th. M. ten Bosch, P. Jean I. Trausch, P. Christian J.B. Vandael, P. Jeroom G. Vandemoere, P. Petrus J. van den Biggelaar, Fr. Henrik Jozef Vanderbeek, P. Henricus B. van der Vegt, P. Henricus J.E. Verberne, P. Wilhelmus P. Vranken.

Deve-se mencionar ainda três confrades franceses mortos em Camarões, em 1959.