DOSSIÊ CENTRAL

O CARISMA NA VIDA RELIGIOSA

O CARISMA: “UM DOM A DOAR”

Luc van Looy, sdb

É um tema importante para o futuro da vida religiosa na Igreja. Não basta discuti-lo entre nós. Deve acompanhar-nos em nosso trabalho, como uma graça do Espírito. O caminho da Igreja, comunhão de pessoas que querem viver a fé em Cristo, supõe a aceitação da igualdade dos que crêem e garante a estrada do futuro. Não se pode impô-lo a nenhum porque não nos pertence e não se pode negá-lo, a quem o pede, seja religioso, seja leigo. Esta é a base da partilha.

1. Poder

Nos anos 60 houve, na Suíça, uma exposição universal de relógios. Pela primeira vez havia um relógio digital, objeto de riso e menosprezo. Um jovem empresário japonês comprou a patente do inventor. Lançou um produto novo, chamado Sanyo, e invadiu o mundo. Anos mais tarde, lançou também um relógio clássico. Hoje, o relógio do povo é japonês. O suíço é usado por uma pequena elite.

Este episódio mostra intuição, coragem e visão de futuro. As mudanças provêm da ousadia e não da defesa do status quo.

A vida religiosa encontra-se num processo de mudança e se pergunta se suas formas institucionais devem ser preservadas ou existem outras. A mudança deve ser planejada a e feita quando se está em pleno vigor e não quando as forças já estão no fim. São feitas com serenidade e discernimento, levando em consideração o passado, o presente, as necessidades e os recursos.

O tema da partilha do carisma com os leigos entrou em discussão in extremis. Quero dizer que apelou-se à presença deles quando não se dispunha mais de religiosos para levar adiante as obras. Lembro que o primeiro leigo a ser admitido em meu colégio foi um professor de ginástica. Que pena, diziam. Não achava-se nenhum salesiano para exercer aquela tarefa. Abrimos caminho. Hoje se diz: Mesmo que houvesse abundância de religiosos, haveríamos de admitir leigos pois nossa missão não pode ser confinada só a religiosos, pois pertence à Igreja.

2. Não vos considereis mais do que é conveniente

São Paulo nos adverte contra a pretensão que pode levar os religiosos a raciocinar em termos de privilégio. Ele diz: “Não vos considereis mais do é conveniente. Considerai-vos de modo justo, conforme a medida da fé que cada um recebeu de Deus” (Rm 12, 3-4).

Este é o ponto a enfrentar e que requer conversão. A fé é um dom recebido, não é fruto de nosso agir e torna-se tal apenas no momento em que é comunicada em gratuidade total. Torna-se, então, novidade, boa nova. Sabemos que o povo percebe profundamente uma presença carismática quando chega a um território novo por causa do testemunho que oferece. A colaboração estreita entre religiosos e leigos possibilita esta renovação do testemunho. É importante que seja uma novidade da fé e que nós religiosos vivemos nesta fé. O motivo de nosso serviço não é social, nem antropológico, nem cultural ou de proselitismo. Não amamos porque simpatizamos mas porque nos sentimos amados por Deus e enviados para amar. Servimos, ensinamos, rezamos porque cremos em Deus.

3. Com olhos de águia

Nosso fundadores deram início a um movimento particular da fé, mediante o qual uma comunidade de pessoas é sensível a certas necessidades da humanidade.

Nosso fundadores partiram da observação. Perceberam certa realidade, sofreram por causa dela e, por causa de sua fé em Deus, procuraram soluções. Tornaram-se fundadores por sua capacidade de se sensibilizarem e envolver outras pessoas a dedicarem suas vidas.

Antes de constituírem obras, as fundações apostólicas conheceram inícios simples, como um movimento, um pequeno grupo aberto e dinâmico a serviço dos outros, motivado pela fé. Não existem regras mas dedicação, não há estruturas mas intuição, não há orçamentos mas confiança na Providência.

Pouco a pouco a estrutura torna-se necessária, sempre levando o perigo de diminuir a inspiração original. Os fundadores captaram a necessidade, descobriram as pessoas capazes de viver a fé na dedicação e souberam envolvê-las na realização do objetivo. Os primeiros tempos são sempre dinâmicos e, ao mesmo tempo, caóticos. Os primeiros seguidores correm o risco de assegurar formas mais estáticas e protetoras do patrimônio e das pessoas. Os fundadores têm uma tal força de fé que lhes permite conduzir o movimento ao alto, arrastando todos os que entram em contato, e fazendo-os capazes de comunicar a profundidade do espírito e assegurar a expansão.

4. Dizer “Cristo” e fazê-lo dizer

O dom mais preciso a comunicar é o próprio Cristo. Não falamos dele apenas por palavras, mas com nossas obras e nossas atitudes, com nosso ser inteiro. Dizer “Cristo” por palavras e acções é o escopo de todos os carismas, mesmo que através de palavras e obras diferenciadas.

Ao dizer “Cristo” lembramo-nos que ele é a vítima e o sacerdote ao mesmo tempo, que se oferece sobre o altar (Heb 7, 27).

Dizer “Cristo” é viver a generosidade infinita que teme o Senhor com aquele temor sacro de quem entra no templo sabendo que vai participar do dom maior possível, “livremente aceitando a própria paixão” e oferecendo-a ao Pai.

Dizer “Cristo” é a expressão da generosidade total que torna-se luz, como diz o salmo 112. Esta luz possui qualidades específicas: é boa, misericordiosa e justa (Sl 112, 4). Um dom de bondade, de atenção aos outros especialmente aos necessitados, um dom de misericórdia, com o perdão oferecido por Cristo, um dom de justiça, de olhar puro, indiviso e repleto de compaixão.

Esta generosidade é que nos torna aptos a dizer “Cristo” aos outros. Da luz brota a luz, generosidade gera o dom de si mesmo, a bênção produz pessoas que abençoam. Os discípulos de Cristo não podiam não falar dele. Os filhos espirituais não podem deixar de apresentar seu fundador. A vida do carisma é contagiosa, sem distinguir categorias de pessoas, leigos, jovens, adultos, ricos. Quem diz “Cristo” com generosidade participa da Encarnação, entra em profunda sintonia com a criação pois pronuncia as palavras do criador e participa do dinamismo salvífico do projeto de Deus, com toda a humanidade. Pelo força de dizer “Cristo” o chamado elimina de sua vida toda a tendência ao egocentrismo e toda a mancha de individualismo, porque a identificação com o Salvador torna-o capaz de oferecer-se a si mesmo pela salvação do mundo. No fundo escuta-se o povo dizer: ninguém até agora falou como ele.

5. O ponto de partida ao redor do altar

Compreende-se que o dom do carisma só pode partir do altar. A comunidade chamada por Deus, pala voz de um fundador carismático, reúne-se ao redor do sacrifício da Eucaristia, e quotidianamente une a própria existência e seu trabalho ao de Cristo. Não é possível imaginar um administrador da graça de Deus fora da corrente que brota desta fonte de água do templo. É como as águas descritas por Ezequiel que o dinamismo eucarístico motiva o movimento iniciado pelo fundador de cada família religiosa. “Todo ser vivente que se move onde quer que o rio chegue, viverá, o peixe será abundante, porque aquelas águas, onde chegam, saneiam, e onde chega a torrente, ali tudo reviverá” (Ez 47, 9).

O carisma dá vida a todas as pessoas que encontra pela estrada e acaba envolvendo quem tem boa vontade, estimula e anima quem procura, fortifica quem está a caminho. A água e a fonte são símbolos do poder de Deus, que está na origem do todo carisma e vocação e revigora quem bebe desta fonte.

A eucaristia é aquele “trono de Deus e do Anjo” do qual brota “o rio de água viva, cristalina” (Ap 22, 1), dom do carisma ao mundo.

O fato de dar vida a quem encontra pela estrada nos faz entender que é melhor falar de movimento que nasce da chamada do que falar de um instituto, mesmo que seja necessário dar forma e estrutura a esta realidade. Convém estar atentos a que a estrutura não sufoque o dinamismo daquilo que teve início como um movimento que quer dar vida.

6. O dom a partilhar

Quem participa da graça de Deus não pode não partilhá-la com os outros porque não nos permite ficar indiferentes. Os talentos de Deus são entregues para que produzam frutos.

O carisma é tipicamente um dom que convida à partilha progressiva, como o pão e o vinho da Eucaristia são um dom perpétuo do Salvador. É um convite a um estilo de vida comum como realização do amor de Deus em forma concreta.

O carisma é um dom livre, ou seja, Deus doa a quem deseja, não como um amor doado a todos e esperado por todos. Mesmo não sendo universal como o amor, também não é exclusivo, e certamente não pode ser obstruído por quem já o recebeu. Os fundadores não desejam que a onda de expansão de seu carisma seja contida e nenhum de nós pode falar em monopólio do mesmo. O carisma, portanto, não será limitado à forma de vida religiosa, de comunidades com vida regulamentada, com superiores eleitos, mas a partir desta comunidade o carisma se expande e convida à participação. Deus escolheu um sistema para comunicar sua intenção. Através de uma pessoa concreta, ele convida um grupo, uma comunidade e um povo para viver conforme seus desígnios, para depois enviar este grupo a anunciar a todo o mundo o bem recebido, convidando a todos a deixarem-se tomar por esta boa nova. O primeiro a ser chamado permanece como pai do movimento, assim como Paulo torna-se pai das comunidades que funda, enquanto os discípulos dirigidos pelo fundador permanecem como núcleo central que inspira um movimento novo dentro da espiritualidade partilhada.

No nosso caso a comunidade de religiosos é o ponte de referência e de inspiração, de dinamismo, o centro de unidade para todos aqueles que, de alguma forma, participam do carisma, de perto ou de longe. Quanto mais forte é o estímulo deste centro, mais vivo ele chega aos círculos ao redor e mais longe alcança. Se a fonte carrega vida abundante, o movimento não pára nunca.

Tudo isto nos faz entender que o carisma não se limita a algumas categorias de pessoas ou a certo tipo de obras. O leigo casado pode ser chamado a partilhar o carisma com a comunidade dos religiosos, o jovem com o ancião, a família com a escola. Particularmente importante hoje é a reflexão sobre as obras dentro dos vários carismas, a fim de verificar se sua institucionalização não acarreta o sufocamento do dinamismo do espírito. A mobilidade e a comunicação entre as pessoas e grupos nos faz perguntar como podemos colocar nossas obras neste novo estilo de intercâmbio.

A transmissão do carisma precisa ser feita no modo atual de trabalhar. A realização dos projetos faz-se hoje entrando em cooperação com organismos e utilizando estruturas leves. Quem se ocupa com a educação dos jovens não se limita a abrir uma escola, mas procura estar presente lá onde se delineia a política de educação de cada nação, para oferecer sua experiência. Os médicos sem fronteiras não ocupam apenas dos doentes, mas contribuem para melhorar o sistema sanitário dos países em via de desenvolvimento.

Estruturas leves e partilhadas por pessoas de várias proveniências e ambientes sociais dão idéia de trabalhar mais com operações que com obras. Ao fazer isto, superam-se mais facilmente divisões e posições rígidas, colabora-se com outros grupos, mesmo com objetivos diversos dos nossos. Será um único carisma que age, a partir de um núcleo central que inspira e anima tantos outros grupos e pessoas envolvidas.

Dentro de uma tal operação, a obra terá uma tarefa de animação, abrindo-se ao território, com o dom de seu carisma e a serviço dos destinatários.

7. O núcleo central e inspirador

O papel da comunidade, neste contexto, não se limitará apenas à missão da obra. Poder-se-ia apontar três campos específicos de trabalho: a dedicação direta aos destinatários, o que proporciona experiência; a formação daqueles que colaboram com a obra; a animação da operação pastoral-educativa-social. Esta animação é feita em diversos níveis: acompanhamento, orientação, formação espiritual e humana, coordenação.

A coordenação de uma tal atividade exige uma comunidade consistente e qualificada, com fortes raízes na fonte espiritual.

A formação merece atenção especial porque deve alcançar todo o raio da operação. É o modo de garantir a unidade do conjunto. A partilha dos dons se faz mais concreta e percebida nos momentos de formação conjunta entre religiosos e leigos.

8. Problemas a enfrentar

Para não construir uma casa na areia, parecia-me necessária esta longa introdução. Na prática deparamo-nos com uma série de dificuldades que terão sua solução se soubermos mudar de mentalidade. Sabemos muito bem que a coisa mais difícil não é a mudança nas estruturas, do modo de trabalhar, da composição da equipe, mas a mudança de mentalidade das pessoas envolvidas em nosso institutos. A comunidade religiosa de hoje apresenta uma fraqueza no campo da reflexão sobre o espírito que deve animar sua atuação. Certas comunidades se parecem mais com equipes de trabalho, outras parecem residências de pessoas que trabalham em outras estruturas de produção. A graça da unidade entre carisma e sua expressão operacional é a necessidade mais urgente. Conseqüentemente, deparamo-nos com um testemunho fraco e uma visibilidade ofuscada da vida religiosa.

Passemos às dificuldades.

Rigidez institucional: não é fácil superar a mentalidade de quem vê as funções como compartimentos separados nas pessoas e na comunidade. Sabemos bem das dificuldades entre o superior da comunidade e o diretor do colégio, entre o diretor e o pároco.

Mentalidade de privilégio: ainda percebe-se o clericalismo na Igreja. Embora idéia de Igreja-comunhão tenha ganho corpo, permanece ainda a mentalidade hierárquica que tende a excluir os leigos de certas responsabilidades, com a desculpa de que não estão preparados.

Comunicação insuficiente: é uma consequência das anteriores. Quem sente-se chefe e responsável por tudo não sente a necessidade de comunicar-se com os colaboradores.

O conceito de pobreza: quem pensa em termos de obra olhe quem é o dono. Quem pensa em termos de operação olha quem são os colaboradores. Mesmo numa obra, o estilo de trabalho co-responsável e aberto é possível e importante. Numa escola, mais importantes do que o proprietário e a estrutura física, são as pessoas que ali trabalham.

O conceito de comunidade: depende de como se olha: para dentro ou para fora. A comunidade religiosa apostólica existe para realizar a missão carismática e não para fechar-se sobre si mesma e formar apenas seus membros. A experiência de acolher voluntários ou colaboradores leigos na comunidade, deu bons resultados em muitos casos. É ainda necessário que a comunidade enquanto tal participe da vida social do território onde está inserida, sem perder seu caráter de comunidade religiosa.

O conceito que temos sobre obras e tarefas:

- uma escola que não tem a função de interessar-se apenas pelos alunos, mas é uma presença educadora no contexto social;

- uma paróquia não evangeliza “seus” fiéis mas propõe o Evangelho de Cristo a todos, naquele território e mantém contato com as instâncias civis;

- um centro social não abre suas portas a quem dele quer servir-se mas vai ao encontro das pessoas que precisam daqueles serviços;

- o professor não é um encarregado de transmitir certa matéria científica mas é um educador que entra na sala par encontrar-se com os jovens. A disciplina será um meio estabelecer contato com eles.

9. Favorecer a partilha do espírito e da missão

Uma congregação religiosa tem necessidade de procurar modos concretos de partilhar seu carisma com os leigos. O primeiro passo é instituir uma comissão paritária que elabore um projeto. Este projeto é o ponto de referência para todos, elaborado, executado e avaliado em conjunto. O “proprietário” do projeto é a comunidade operacional, dentro da qual a comunidade religiosa tem um papel de animação.

Alguns objetivos devem ser levados em consideração nesta partilha com os leigos.

- Passar de uma simples aceitação dos leigos a uma verdadeira valorização de sua contribuição ao carisma. Os leigos podem enriquecer o carisma e difundi-lo.

- Promover a comunicação inter-pessoal e de grupo. O sentido de afiliação cresce na medida em que eles sentem-se envolvidos num processo de qualidade. A boa comunicação assegura a transmissão do carisma por parte da comunidade religiosa e favorece a comunhão.

- Projetar itinerários de formação para realizar juntos a missão.

Em nível mais amplo, a congregação religiosa pode criar um clima de igualdade e de preocupação comum. Para expressar a mesma intuição carismática em todos os grupos que se inspiram em D. Bosco, a Família Salesiana criou dois instrumentos, elaborados e aprovados por todos: a “Carta de Comunhão”, que expressa o espírito e a mentalidade que constituem a base da nossa vida, e a “Carta da Missão”, que aponta os elementos inspiradores e os objetivos de nossas obras, com matizes diversas nos diferentes grupos, e acentuando o que temos em comum.

No interior de muitas Famílias carismáticas existem grupos de leigos, ordens terceiras, cooperadores, leigos com promessas, etc... Eles são preciosos promotores do caráter leigos no âmbito pastoral. Na Família Salesiana existem os cooperadores salesianos, com uma regra apostólica e com promessas depois de um período prolongado de formação. São autênticas vocações salesianas que estabelecem uma ponte entre a comunidade religiosa salesiana e o mundo social no qual eles vivem. Dentro da comunidade religiosa, os “Coadjutores”, ou salesianos leigos, garantem a dimensão leiga da realidade salesiana.

É uma grande riqueza ter estas ligações constantes entre vida religiosa e vida social, graças à presença de leigos com ritmos e intensidade diversos.

10. Opções para um bom funcionamento

Para ser mais claro, indico algumas opções já acenadas no texto, mas que convém repetir, como um síntese.

A opção pela missão: o ponto de convergência e de coesão na atuação conjunta de religiosos e leigos é a missão confiada pela Igreja através do fundador. Participam desta missão todos os que encontram-se em nosso ambiente. Tomando por exemplo a escola, cada um tem uma tarefa educativa, seja o professor, seja o pessoal da administração. Com este pessoal é que se pretende atualizar o carisma. Quem entra em nossa obra torna-se participante da obra que Deus quis iniciar com nosso fundador.

Opção pela formação: quem se apresenta para colaborar conosco, além do salário, tem direito a receber formação para poder integrar-se na missão. A formação sistemática e permanente deve abranger a dimensão humana, cristã, profissional e espiritual.

Opção pela comunicação: para efetuar a troca de dons é necessária uma boa comunicação tanto em nível pessoal como comunitário. Para poder colaborar na mesma missão é preciso conhecimento, diálogo, relações amigáveis e fraternas. A meta é construir um espírito de família, onde é lícito saber tudo (ou quase) e onde se usufrui de conhecimento recíproco das pessoas. É preciso chegar a um diálogo que supere os assuntos banais.

A opção pela pobreza: poder-se-ia dizer também pela “humildade”, mas talvez convenha escolher a pobreza porque a maioria dos carismas dirigem-se aos pobres. Quem não opta pela pobreza encontrará dificuldade em dedicar-se aos pobres, em reconhecer como iguais e como responsáveis pessoas de outras categorias. A credibilidade de partilhar é provada aqui pois permite unidade entre vida e atividade, entre vocação religiosa e compromisso social. A pobreza permite viver o evangelho em profundidade.

11. Conclusão: uma espiral

O sinal de vitalidade e as perspectivas para o futuro coincidem e crescem com a capacidade de envolver outras pessoas na realização de nossa vocação missionária. Não somos chamados a agir individualmente nem apenas como comunidade religiosa. Somos chamados a ser Igreja a serviço através do específico de nossa vocação carismática comum. Das comunidade dos religiosos parte um movimento em espiral, que vai se alargando e convidando quem encontra pela estrada a juntar-se a este movimento com suas capacidades e recursos. Desta forma, a pequena fonte torna-se um rio caudaloso que irriga a humanidade com sua força vital