O PADRE DEHON E O INSTITUTO SÃO JOÃO.

Segundo o relatório das reuniões da Associação de amizade dos

Antigos Alunos do Instituto São João ( 1896-1900 e 1907).


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Portuguese - French

Essa Associação foi fundada pelo P.Dehon em 1884 e aprovada pelo prefeito de Aisne M. Sebline aos 10 de setembro do mesmo ano.

O fim a que se propõe, " fundada sobre a mútua afeição de seus membros e sobre suas recordações de juventude, é facilitar o relacionamento entre eles e ajudar aqueles que sendo membros, em circunstâncias especiais, poderiam precisar de ajuda ( Art. III ). Observemos essa dimensão "social" da Associação.

É pois dessas Assembléias gerais anuais, em princípio, que os encontros dos antigos provocavam trocas de idéias e comentários cujo relatório nos interessa, de modo particular, no diz respeito à pessoa do nosso Fundador.

Em 1896, a reunião realizou-se no dia seguinte ao da Assunção. Havia cerca de 90 antigos alunos que faziam parte da Associação. Foi celebrada a missa.

O sermão, feito por um antigo, o P. Guilherme Crinon, foi tido pelo relator como uma bela página de eloquência cristã. Na realidade, o sermão refletia a atmosfera de inquietude do momento, em razão da perseguição religiosa movida pelo homens do poder. Os senhores não perceberam ainda, disse o orador, ou não escutaram o bramido surdo desta poderosa tormenta que se levanta contra a sociedade cristã ? O perigo é iminente ".

Nos relatórios, costuma-se sublinhar a muito boa música do P. Modesto Roth, "com acompanhamento preciso e cheio de entusiasmo.

Durante a reunião eram feitos alguns discursos e registros de fatos passados, após um "Veni Sancte Spiritus", "recitado pelo P.Dehon, diz o relatório, com um tom de voz que forçava o coração mais fechado a se abrir e deixar escapar uma palavra de oração..."

No ano seguinte, em 1897, o P. Dehon, durante o intervalo para o recreio, aceitou substituir o bom Sr. Volfort, tesoureiro da Associação e, na ocasião, pronunciou uma alocução vibrante que dá gosto se ler. Durante este ano de 1897, o Fundador tem todo o seu tempo tomado pelo apostolado social. Durante as férias há a reunião com o seminaristas em Val, depois o Congresso da Ordem Terceira em Nîmes. Termina a redação de suas " Diretivas Pontificais" .

Em seguida haverá um "Advento" em Nîmes, com três retiros. Em fins de dezembro, o Congresso de Lyon, com uma exposição "sobre o programa da democracia cristã . ( cf. Notes Quotidiennes, XII, 80).

"Os ausentes, diz o cronista, terão o prazer de ler esse discurso que não ouviram; os presentes terão a alegria de reviver na memória,. suas passagens vibrantes ".

"Para livrar nosso Tesoureiro do dever que lhe foi imposto de tomar a palavra, vou desobrigá-lo dessa tarefa, falando em seu lugar.

Em vocês eu saúdo os antigos e os jovens alunos.

Antigos, é o título que vocês preferiram e como antigos, estão aqui para reviverem os fatos passados.

Não quer dizer que na vida de colégio tudo seja absolutamente cor de rosa.

Poderia ser aplicado a esta vida de colégio o que disse um autor em Os dissabores de uma viagem de prazer:

Alguém faz uma viagem e vai ver as maravilhas da Guisa; admira as montanhas, os lagos belíssimos quando a luz do sol os ilumina e as geleiras maravilhosas perdidas nas nuvens. Mas, contemplando tudo isto, acontece que, nessa viagem de prazer, perde-se a mala, falta a correspondência, o vinho do hotel é azedo, o jantar vem frio. Os pequenos sofrimentos vão-se sucedendo.

Entretanto, quando da volta, tudo isto cai no esquecimento e só os dias alegres ficam na lembrança.

Assim ocorre com a vida do colégio: certamente tem seus aborrecimentos que são esquecidos para que fiquem apenas recordações agradáveis.

Recordem, primeiro, suas impressões religiosas. Vejam, por exemplo, assistindo à missa, eu admirava este grande Sagrado Coração, semelhante a uma espécie de visão, e eu dizia a mim mesmo: como a vista dessa imagem deve falar aos nossos alunos quando vêm à capela, por exemplo, para a missa da manhã, e a vêem de frente, enquanto nós, de nossas cadeiras, a vemos de lado.

E a mesa da comunhão? Quantas lembranças comoventes nos evoca?

E estes pequenos bancos sem encosto, da sua primeira comunhão, onde víamos caírem lágrimas de seus olhos, vocês não podem negar.

Essas recordações voltam com emoção.

Há ainda as lembranças escolares. Os professores, aborrecidos, mas gente responsável.

Vejam o caro Sr. Labitte, verdadeiro apóstolo. Como redobrava o tempo de catecismo quando se aproximava a primeira comunhão !

Que dedicação ele tinha. Igualmente, tinha uma sensibilidade particular à diferença entre os meninos do São João e os do interior. Insistiu muito, até o sofrimento, para ter seus primeiros comungantes de outrora até se aborrecia com eles.

E o bondoso Dom Mathieu, com sua postura de dignidade que lhe valeu o episcopado.

Era também um dos nossos pelo interesse que tinha pela casa.

E o Sr. Lefèvre Arnould, que cuidava tão bem para que os menores estivessem sempre limpos, fossem polidos e bem educados. Fazia, com isto, o papel do educador.

E o Sr. Marchal que, revestido de uma grande blusa branca por sobre sua batina, pintou nossa capela, e que preparava as declamações de nossas festas escolares: era um artista e um poeta.

Temos que render homenagem à sabedoria, à circunspecção, à aguçada inteligência do Sr. Professor de Filosofia, à sabedoria do Sr. Superior atual a quem os votos de vocês garantiam, outrora, o prêmio de honra distinção

Essas são as recordações do passado.

Nem quero falar dos condiscípulos: o pobre Payen, sempre jovial, sempre afável, cuja mansidão recordamos e que deixou entre nós, - não é verdade?- a mais grata recordação.

Farei referência à lembrança dos antigos tesoureiros e presidente da conferência e das loterias que organizavam? Não vamos ferir a modéstia deles.

Vocês são antigos. Em vocês eu saúdo os jovens.

Naquele bom tempo antigo, em Israel, quando tudo ia mal, Judas Macabeu dizia: " Precisamos de jovens que tenham um ideal suficientemente vivo para lançar-se sobre o inimigo", e depois de reunir um grupo de valentes, acrescentava: " Eis o que resta de honra e de santa esperança em Israel. Quidquid est honoris et sancta spei".

Em nosso tempo, outro Judas Macabeu faz ouvir sua voz e dirige um apelo à juventude: é Leão XIII.

Falando a essa juventude, tanto em sua admirável Encíclica quanto em suas cartas ardentes, em diversos congressos de jovens, ele diz que conta com ela : é a esperança da Igreja.

Os velhos são como La Fontaine, quando descrevia os desenganos da vida sob o símbolo de Parrette que vê sua vasilha de leite cair.

Os jovens sabem que a vasilha de leite não cai sempre; continuam seu caminho e vão em frente sem medo.

Eles trabalham pela Igreja e pela Pátria.

Estamos de luto também. Como no tempo de Judas Macabeu, o templo está sendo profanado pelo ateismo legal; os sectários gostariam de arrancar Deus dos corações das crianças.

Os mosteiros vêem colar odioso lacre sobre as portas de suas capelas e recebem intimações para pagarem impostos iníquos.

A Pátria está entristecida. Alguma vez, vocês têm ocasião de sair das fronteiras do nosso país? A mim acontece com freqüência, por ocasião da visita às diferentes casas de nossa Obra.

Nos países estrangeiros me dizem: " Ora! sua França faz das boas; vocês não querem mais Deus, perseguem seus ministros, oprimem os religiosos. A França é um povo que não reza, dizem os Muçulmanos; se meu burro soubesse falar, acrescentam, publicaria os benefícios do seu Criador e vocês os desconhecem".

A Pátria está humilhada.

Jovens, é preciso agir. Em sua idade, deve-se ter o espírito de combatividade.

Os jovens devem saber apresentar-se.

Em Versailles, souberam opor sua indignação à polícia absurda que impedia um padre, dentro de sua igreja, de abençoar uma multidão reunida.

Em Lille, em Reims, em Lyon foram vistos jovens defendendo a bandeira da França ornada com o Sagrado Coração, contra uma polícia estúpida.

Viram-se jovens estudantes de Lille chamarem à atenção, conferencistas de ambos os sexos, apelando para o bom senso.

Nesta idade sabe-se trabalhar com alegria. É a idade que une o dever ao prazer, a idade da santa esperança.

Eu saúdo a juventude católica de Vermandois visto que no momento, existe lá uma juventude que se afirma.

Na Normandia, na Bretanha, em Lyon isto já existe. Eu não esperava que em Saint-Quentin se chegasse a tamanho resultado. É um ato de ousadia. Estou orgulhoso, caros jovens, de sua audaciosa tentativa. Tenha durado seis meses, um ano, ainda assim, é uma honra. Narrando a história, alguém dirá que em Saint-Quentin, região indiferente, houve jovens que não tiveram medo de publicar um órgão da juventude católica.

Sei que houve hesitação em pôr no cabeçalho do jornal esta palavra "católico" ; pensou-se em colocar juventude conservadora.

Conservador, não...Que quer dizer conservador? Os conservadores não conservam nada. Foi acertado deixar a palavra católico. É digno dos meninos do São João. O bom Deus abençoará a iniciativa deles. É uma afirmação de fé da qual me sinto orgulhoso pelo São João. Unam-se, todos a essa juventude ardente, para empunharem com altivez, a bandeira do São João. Se vocês quiserem, poderão mudar o espírito destes arredores de Saint-Quentin.

Vejam. Alguns jovens impediram a realização de uma reunião socialista em Origny.

Não tenham medo de aparecer; devem-se acostumar a falar em público. Comecem como jornalistas e amanhã serão conferencistas. Agora poderão aproveitar com vantagem, os princípios de retórica que o Sr. Rigaut lhes ensinou.

Quando vocês se apresentarem, todo mundo vai acompanhar. Apresentem-se um pouco. Vão com coragem. Preparem-se. Segurem seu povo. Se se fizer isto por toda a parte, alguém irá agradecer à França que restituiu à infância, seu catecismo, à religião, a liberdade e a Deus, a honra que lhe é devida.

Que glória para os jovens que terão contribuído para esse despertar da França!

Desejo que todos vocês estejam empenhados. Salve a juventude!!!

Os aplausos ecoaram por toda a sala.

No ano seguinte, os antigos do São João lamentaram não poderem contar com a presença do seu "Venerado Mestre". O p. Dehon, fisicamente enfraquecido, aconselhado por seus amigos e por médicos, teve que entrar num repouso prolongado na Suíça.

Foi nomeado um novo superior, o P. Delloue. Fez a leitura de uma carta enviada pelo p. Fundador aos antigos do São João:

Digam aos meus caros antigos que estou com eles no meu coração. Lamento não poder estar com eles este ano. Muitos dentre eles são médicos e aprovaram minha obediência às ordens da Faculdade. De outro lado, é uma condenação agradável Que estou cumprindo. O ar puro e o repouso, nisto consiste o meu tratamento e me sinto melhor.

O famoso J.J. Rousseau já havia pressentido a aprovação que a chamada cura pelo ar obteria da medicina moderna." Nas altas montanhas onde o ar é puro e leve, dizia, respira-se com mais facilidade, sente-se a leveza do corpo e a serenidade do espírito. As meditações aqui, assumem um caráter de grandeza e sublimidade proporcional aos objetos que nos passam não sei que prazer da tranqüilidade, que nada tem de agressivo ou sensual. Parece-me que, ao elevar-se acima da morada dos homens, alguém como que deixa para trás todos os sentimentos inferiores e terrestres e que, à medida que se aproxima das regiões etéreas, essas contagiam a alma é de sua inalterável pureza". E acrescentava:" Surpreende-me que os banhos de ar salutares e benfazejos das montanhas não sejam um dos grandes remédios da medicina e da moral".

Para a medicina, é certo, ela já adota a cura pelo ar puro. Para a moral, Rousseau não entendeu. Tinha razão de pensar que os grandes espetáculos da natureza elevam a alma até Deus. Eu não me canso de contemplar este horizonte de montanhas que nos cercam, esta paisagem fresca onde se misturam vastidão dos campos, a sombra das florestas a brancura da neve e o azul do céu.

Descortina-se sob o meu olhar a abadia de Saint-Maurice, e as montanhas do Chablais.

Digam aos nossos antigos que sejam firmes na fé como os heróis da legião tebana, que sejam brandos com foi São Francisco de Sales no seu apostolado em Chablais; que sejam caridosos como foi São Bernardo de Manthon, fundador dos abrigos dos Hautes-Alpes.

Estou unido às alegrias e às orações da sua bela reunião e junto com todos vocês e desejo ao São João uma prosperidade sempre crescente".

No ano seguinte, as férias do P. Dehon foram cheias de compromissos. De 30 de agosto a 5 de setembro houve a reunião dos jovens eclesiásticos em Val. " Que dias agradáveis, escreve o Padre. Ele preside com os Sr Perriot e Pottier. Em seu Diário, gosta de render homenagem a Georges Goyau que sabe conciliar a dignidade de um homem de Estado à simplicidade de um terciário de São Francisco..." (NQ XIV, 180).

Depois, nos dias 14-15 realizou-se o Capítulo Geral que lhe trouxe muita alegria. Já não há o mau espírito de 1896 : " Após o retiro, escreve, boas reuniões sem perturbação nem maus espíritos..."( Ibd., XIV, 181).

A reunião dos antigos, a 17 de setembro, foi particularmente animada. Eles se revelam, diz o relatório, uma comunidade de simpatia e afeição para com o Presidente de honra cuja ausência, no ano anterior, foi muito sentida por todos".

O Journal de l'Aisne, de 25 de setembro de 1899, observou "a mais sincera cordialidade".

Vêem-se jovens "recém saídos do colégio" mas também antigos alunos "há muito tempo já pais de família". O Jornal acrescenta: "

O clero ( antigos alunos) misturava-se com a advocacia, as brilhantes calças vermelhas do exército chamavam a atenção, mais do que os graves casacos dos funcionários do governo, mesmo os professores e os comerciantes se confraternizavam com os agricultores".

O sermão, durante a missa, celebrada pelo P. Paris, foi feito pelo P. Gendron, " discípulo, diz o cronista, do nosso Presidente de honra".

Naquele ano, um antigo aluno, o capitão Charlier foi condecorado " cavaleiro da Legião de honra", por seus brilhantes feitos militares em Madagascar. Foi-lhe enviada uma carta de felicitação assinada por todos os presentes.

Depois da reunião da assembléia geral, houve, como de costume, o banquete. O brinde do P. Dehon é apontado, pelo Jornal de Aisne como um verdadeiro discurso onde o orador tenta despertar nos antigos alunos, a consciência do dever de fazerem-se presentes na sociedade, entre seus contemporâneos para "recuperar, na vida social o papel que ( o catolicismo) por algum tempo acreditava estar fora da sua missão".

Eis o texto desse vibrante improviso, gênero em que o p. Fundador se distinguia, ele que não se considerava um orador.

"Eu assistia, há algum tempo, em Besançons, a um Congresso da Juventude Católica Francesa onde 300 jovens de todas as partes de nossa França estavam reunidos. Trezentos !

Os Macabeus eram trezentos, trezentos eram também os Espartanos de Leônidas como também, eram trezentos os corajosos tebanos que se organizaraam para impedir a marcha vitoriosa do Islamismo.

Voltei a encontrar, em Val-des-Bois, alguns grupos de jovens que vieram até lá para conhecerem de perto a solução tão prática dada à questão social pelo Sr. Harmel, que todos vocês conhecem e cuja memória já constitui um elogio.

Havia jovens leigos e outros ligados à Igreja, pessoas do mundo, lutando pela vida, descarregando-se de suas preocupações e enfrentando as dificuldades e jovens que vivem no recolhimento da oração, sob os olhares de Deus e cujo encontro com a vida dos primeiros significava conhecer a miséria e tentar aliviar seus efeitos. E tanto uns como outros estavam satisfeitos por se verem reunidos no mesmo campo de estudos e sentindo, em comum, as mesmas preocupações.

Constatou-se também que toda a juventude, convencida da necessidade do soerguimento da França Católica, começava a sair daquele estado de letargia em que, havia tanto tempo, se encontrava adormecida.

Não estaria a juventude imitando o exemplo de espíritos sérios que, desiludidos com o positivismo, com o racionalismo, e com o socialismo, nascidos da doutrina cartesiana, voltaram ao catolicismo impulsionados pela sede da verdade e da justiça? Não vimos os Brunetière, os Coppée, depois de muita busca, só no catolicismo, encontrarem a autoridade doutrinal que se impõe a todos pela força de sua própria essência?. Não estamos vendo e acompanhando diuturnamente a caminhada do coletivismo, no curso mesmo de sua evolução, voltando passo a passo, ao catolicismo?

Todas as circunstâncias nos são favoráveis. Parece que temos todos os ventos a nosso favor!

Mas é preciso ajudar: que faria um navio de vento em popa se os marujos não ajudarem com manobras apropriadas?

Conosco também é assim; levantemos a cabeça, reivindiquemos a influência a que temos

direito, retomemos nosso lugar no estado: criemos e mantenhamos associações políticas porque não basta contentar-se com fichas de comida ou com esmolas: essas práticas têm seu mérito mas são insuficientes.

Tenhamos atitudes varonis, sejamos homens e cidadãos e nossa bela França, desvencilhada dos parasitas internacionais que a devoram, recobrará seu esplendor e sua atividade e voltará a ser efetivamente a Filha mais velha da Igreja!

É a isto, ao nosso êxito, que levanto minha taça. Um brinde ao futuro da França católica".

O cronista observa : " aplausos demorados demonstram que desta vez ainda nós partilhávamos unanimemente do pensamento do Mestre V.

O cronista, O. Leduc, estava muito ligado à pessoa do Fundador. Igualmente em uma última frase ele revela seus sentimentos: " Ainda bem que com tristeza deixei a abençoada casa de São João, saía com ao coração alegre, levando comigo a lembrança daquele dia cheio, cheio sobretudo da presença do Mestre ( o p. Dehon) que nos assegura a felicidade de o termos hoje conosco".

No ano seguinte, a reunião realizou-se aos 19 de agosto. Nesse ano de 1900, o p. Fundador tinha estado muito ocupado de modo especial em Roma, nas "reuniões internacionais de estudos sociais" nas quais tomavam parte os PP. Biederlack, David, Mgr. Radini, Mgr. Tiberghien, etc...Ele aprimorava suas conferências de Roma, tendo em vista a impressão. Em julho, toma parte em dois Congressos em Paris: um sobre a Democracia cristã e outro sobre as Caixas rurais, Depois, em julho, realiza-se de novo a "reunião dos seminaristas" em Val. : "Bons dias aqueles em que se sente o encanto da amizade cristã" ( NQ, XVI, 17-18). Por fim haverá dois Congressos célebres em setembro: O Congresso eclesiástico de Bourges que provocou tanta celeuma na França, depois o Congresso Internacional da Ordem Terceira em Roma, onde caíram por terra as esperanças de Leão XIII de ver a Ordem Terceira franciscana vir a ser a ponta de lança da sua ação social no mundo.

Um antigo aluno do colégio, o p. Sauvez, celebrou a missa do dia da reunião em 1900 e um outro, o p. G. Crinon, fez a homilia, lembrando que o amor a Deus e o amor ao próximo garantem a melhor solução para a questão social.

O p. Dehon fez o brinde esperado pelos antigos alunos, começando por observar que não gostava da palavra "brinde" e preferia "Proficiat" dos "Romanos, nossos ancestrais".

" Como eles, disse, prefiro o "Proficiat" dos Romanos, nossos ancestrais. E como eles, eu direi: " Proficiat". Que esta festa lhes seja profícua, que seja proveitosa aos seus corpos mas também que este dia traga proveito aos seus espíritos e às suas almas e que seja uma ocasião de reviverem as boas recordações e de reanimarem seus sentimentos de dignidade de homens e de cristãos. Eu não poderia fazer melhor, agora, do que repetir o que dizia recentemente Coppé quando presidia uma reunião de jovens. Como ele, eu direi que, apesar das aparências, apesar das perseguições sofridas, o catolicismo jamais desaparecerá, pelo contrário, sempre se volta a ele.

Surpresa com decadência a que nos leva esse século de impiedade, a elite da nação, a elite intelectual, que raciocina, está voltando para Deus; ela compreende que ao catolicismo não falta seriedade nem lógica, como se quis insinuar. Vejamos o exemplo de Bunetière : não terá sido conduzido de volta pela admiração da força moral e pela busca do divino?. Foi sua filosofia que o levou à fé.

A religião pode fazer e realmente faz muito pela questão social: ela é o fundamento da vida social. Vejam a América, aquela sociedade moderna, composta de várias raças, que permanece dividida, sem estabilidade, e comparem-na com esta nossa sociedade antiga, estável, cheia de vivacidade e forte ao ponto de permanecer unida pelos laços de uma religião

comum. A religião é a primeira necessidade de qualquer sociedade humana, é Bourget quem o diz.

Não temos também o exemplo de Huysmans para quem o catolicismo era a única fonte inspiradora da arte e de Leplay cujos estudos o trouxeram de volta a Deus, de Coppée que, no auge dos seus

sofrimentos físicos, buscando alívio e consolação, não os encontrou senão na fé?

Refiro-me ainda a Coppée, sincero homem de fé, humilde e ardente como um neo-convertido, que, durante a reunião de que eu falava, há pouco, felicitou os jovens por não se terem exposto às tentações que o assediaram. Que poderá acontecer, bradava, se abandonarmos o exército e a religião? Não foi nessa última que os Boers foram buscar aquela força de resistência que despertou a admiração e causou surpresa em todo o mundo, não é sobre o primeiro que a Drusse vai busca apoio para aumentar sua influência, justamente no momento em que na França, queriam destruí-la?

Caros amigos, guardemos fielmente a cruz e a bandeira, a cruz, símbolo do amor e da caridade, a bandeira, símbolo da defesa social, essa bandeira que com suas três cores, contém todas as outras e sintetiza 15 séculos de glória. ( aplausos)

Mas não nos contentemos em tê-los guardados apenas, no fundo do nossos corações, temos que levantar alto essa cruz e essa bandeira. Pela palavra falada ou escrita, defendamos nossos direitos sagrados, a liberdade de ensino, a liberdade de associação. Vamos ao povo e

criemos associações de poupança, de auxilio e socorro mútuos, em uma palavra, mostremos ao mundo o que bons católicos e bons franceses sabem fazer. Tomemos como emblema o texto que se canta nas igrejas: "Católicos e Franceses para sempre". Sim, reivindiquemos energicamente, o direito de ser, ao mesmo tempo, católicos e franceses. Cuidado com a seita maçônica que nos oprime e faz de nossa bela França, outrora a filha mais velha da Igreja, o reduto da perseguição religiosa, da pilhagem social e da usura internacional. "Católicos e Franceses para sempre".

O cronista observa que "calorosos e demorados aplausos ecoaram por toda parte. Uma bela ovação foi dirigida ao M. Dehon e um vivat semper foi cantado em sua homenagem".

"Seita maçônica" e "usura internacional " são termos em desuso, mas que. àquela época, exprimiam exatamente o sectarismo violentamente anti-cristão dos políticos ora no poder e a ditadura do grande capitalismo.

Como se pode observar, o P. Dehon sempre tentou inculcar nas mentes dos jovens o orgulho de ser cristãos. Ele mesmo sempre foi muito comprometido com a Igreja e anos depois tentou sensibilizar seus concidadãos para o conhecimento do ensino social de Leão XIII.

Os anos seguintes prenunciavam-se sombrios para a Igreja da França e realmente o foram.

As comunidades religiosas foram dispersadas e suas casas vendidas em hasta pública.

Como se sabe, o P. Dehon comprou em seu nome a casa do S. Coeur e a escola apostólica de Fayet instalou-se na Bélgica.

É pois, tudo isto que é preciso ter em mente quando se faz referência às ulteriores reuniões dos antigos alunos do São João cujo presidente era o enérgico Octave Leduc.

Em 1907 a reunião realizou-se a 8 de setembro. Nesse ano o P. Fundador acaba de fazer visitas às casas da Congregação no Brasil e em janeiro, voltou a Roma. Constata que na Itália os católicos unem-se em torno da "italianidade de Roma" e nasce um novo espírito que aceitaria "um modus vivendi".

Durante o ano ele toma conhecimento das controvérsias contemporâneas visto que estava envolvido em plena discussão modernista e, como membro da Congregação do Index, o padre Dehon recebia algumas obras para examinar, sobretudo de caráter social.

Ele apresenta com coragem, ao público romano, Marc Sangnier que vem a Roma fazer uma conferência para mostrar o que é o verdadeiro Sillon ( maio 1907).

No norte da Itália, a Congregação se estabelece em Albino onde o P. Dehon passa o mês de junho. Alguns dias depois visitava novamente St-Clément estabelecido em Mons.

Depois, vai à Finlândia para ver as possibilidades de uma imediata fundação, cujo início será confiado ao P. Van Gysel.

É muito exíguo o tempo livre do Padre de modo que seu "journal"( diário), é composto com espaços abertos. Naquele ano, ele sequer menciona a reunião dos antigos do São João.

Felizmente temos como fonte de informação o "Boletim anual da Associação amigável dos antigos alunos do Instituto São João" que já está no seu 24o ano.

O cronista observa que muitos dos antigos estão ausentes porque preferiram aproveitar da abertura da temporada da caça. .. Não fará falta a ausência deles, na pessoa do "Grande Santo Humberto" que com cuidado, deve ter-lhes "sugerido que a 8 de setembro, era mais importante queimar pólvora do que incenso".

A missa foi celebrada pelo p. H. Rgault, prefeito dos estudos e que naquele ano estava celebrando 25 anos de fidelidade ao Instituto São João. O sermão foi proferido pelo, p. Cottart, missionário no Brasil. Um bonito sermão em que o Padre falou da situação religiosa para destacar o contraste de perseguição religiosa e política na França.

No almoço, todos se congratularam com o professor jubilando, com todo o mérito e o Presidente de honra, o P. Dehon, instou com ele para que tomasse a palavra. O digno professor lembrou os conselhos " esportivos" de São Paulo " na carreira do apostolado cristão" visto que hoje os jovens têm um gosto pronunciado pelo atletismo e uma paixão pelos esportes"... Pediu, de modo particular, aos antigos alunos que tomassem atitude contra "sistemáticos comentários infamantes" proferidos contra o Instituto, demonstrando por "seu testemunho de fé de justiça e de caridade" que o "São João é de fato uma boa casa visto que formou um grande número de homens e cristãos como vocês!"

Em seguida " o senhor Cônego Dehon aceitou dirigir-nos uma exortação que comoveu a todos".

O discurso comoveu, sem dúvida mas o P. Dehon pronunciou um discurso vibrante diante de uma elite de jovens burgueses a quem ele suplicava que permanecessem jovens, ardentes, confiantes para resgatar, " reconquistar a estima, a confiança a afeição do povo" em lugar de ficarem passivos, inertes, com o espírito e o coração voltados para um passado que está morto ou para um futuro quimérico"... Naquele ocasião o P. Dehon tinha completado seus 65 anos e pode-se entender esse trecho sublime como uma espécie de testamento da ação social cristã de uma padre de coração generoso que havia mais de 35 anos, lutava "pelo que há de justo, oportuno, necessário e realizável nas aspirações da classe que sofre".

Eu não tenho senão que desenvolver e comentar os excelentes conselhos que o p. Rigault acaba de lhes dar. Ele recomendou que tivessem zelo e ardor pelo bem. Vocês não podem ser, de modo nenhum, caros amigos, como aquela categoria de jovens que Dom d'Hulst, não sei em que ocasião, a contragosto, estigmatizava com o qualificativo de jovens-velhos .

Permaneçam sempre jovens no coração, na ação e no zelo!

Poderá acontecer que esse zelo eventualmente seja um pouco excessivo, temerário, intemperante, irrefletido. A juventude padece das deficiências de suas qualidades e Bossuet mesmo, esse exímio conhecedor da natureza humana, parece falar desses defeitos com uma secreta simpatia, quando, referindo-se à juventude de São Bernardo, retratou com fidelidade, essa fase da existência humana. "Eu vos direi.. que é realmente, um jovem de vinte e dois anos? Que ardor, que, impaciência, que impetuosidade de desejo! Esta força, este vigor, este sangue quente e borbulhante, semelhante a um vinho famoso, não lhes permitem acomodação nem moderação".

Mas a exuberância é preferível à inércia e à indigência; o excesso revelauma plenitude de vida, que aponta muito mais para a possibilidade de ser moderado do que de nada produzir.

Em volta de nós, vemos, com abundância, egoistas, céticos, utilitaristas, indiferentes.

Temos educado e formado, aqui, lembrava a vocês, o ano passado, filhos de famílias influentes da circunscrição.

Se tivéssemos sabido como multiplicar, setoriar, e manter atuantes nossas iniciativas e nossos esforços, a circunvizinhança de Saint-Quentin estaria em nossas mãos. A autoridade, a credibilidade da classe a que vocês pertencem tem diminuído notavelmente mas a influência de vocês, sem dúvida, ainda é apreciável, haja vista a declaração lisonjeira que um deputado desta região me fazia, há algum tempo:" São seus antigos alunos que têm determinado minha eleição".

É preciso, pois, fazer crescer, estender e tornar firme essa influência e é isto que deve incentivar seu zelo, meus caros amigos. Tomem a resolução de despertar em vocês um vigoroso ardor pelas causas justas e oportunas. Em uma palavra, sejam sempre jovens.

Por que a ação católica tem tido tão poucos resultados? É que ficamos ligados afetivamente, por um espaço de tempo excessivamente longo, a tradições respeitáveis mas ultrapassadas no tempo , a instituições que caíram em desuso, e porque não soubemos, a tempo, tomar consciência dos nossos deveres sociais.

As aspirações dominantes, fundamentais e persistentes do povo podem-se reduzir a três.

O povo deseja de modo resoluto e obstinado a continuidade do governo representativo que ponha em prática ( pelo menos em princípio), a igualdade política; deseja a liberdade de associação e as reformas sociais. Se o povo percebe que estamos dispostos, sinceramente (e de modo resoluto também) a apoiar seus pleitos e suas exigências, mais adiante voltará para

nós. Mas se suspeita de que somos contrários e até hostis às suas reivindicações, voltará as costas para nós e continuará a maldizer e a desprezar uma sociedade religiosa que ele enxerga como uma estrangeira aliada dos felizes deste mundo e inimiga do progresso social.

A multidão não é anticristã. Não seria possível arrancar a alma de um povo, arraigada nele por 1.500 anos de cristianismo. A multidão é acristã com é amoral. Ela é isto ou aquilo por consequência de sua ignorância, sua credulidade, sua versatilidade, de sua facilidade em se deixar levar pelas seduções dos Merlins do socialismo, pelos profetas da felicidade a curto prazo, e de uma nova idade de ouro. Vejam bem, é preciso instruir esse povo, desvencilhar seu cérebro de preconceitos, de sofismas, de utopias e de quimeras e inculcar nele princípios do que é justo e honesto, tirados das necessidades objetivas e da natureza das coisas, trabalhar com ele na preparação das reformas possíveis, e levá-lo a entender que jamais haverá ordem ou paz pública possível sem moralidade e nem moralidade sem uma religião que lhe sirva de fundamento, de norma, de inspiração e de sanção.

Se os católicos e o clero, nestes trinta anos, se tivessem associado deliberadamente e de boa vontade, ao movimento vigoroso do progresso social, hoje, teriam a influência e a autoridade que lhes falta. Esse movimento é legítimo. O povo tomou consciência de sua dignidade e de seus direitos. Quer libertar-se do estado de humilhação a que, por muito tempo, foi reduzido.

Se ele prefere o sistema de cooperação ao de salário e em política, a república, à monarquia, que há de espantoso nisto? É certo que na república e na cooperativa o cidadão, o trabalhador que outrora nada era, sente que é alguma coisa, sabe que pode ser um agente esclarecido, consciente e livre da melhoria de sua vida. Com efeito, tenhamos a coragem de reconhecer, e retificar nossa visão dos direitos do povo mas jamais nos descuidemos de lhe ensinar que os direitos têm seus limites e sua contrapartida nos deveres de justiça, de equidade, de moderação e de fraternidade.

No que concerne à questão religiosa e às relações entre a Igreja e o Estado, posto que a união entre esses dois poderes tinha-se tornado, de fato, intolerável, estaríamos inclinado a desejar uma separação honesta e realmente liberal como foi feita no Brasil, por exemplo.

A república federativa do Brasil deixou aos bispos, aos seminários, às paróquias, às associações religiosas os bens anteriormente adquiridos. Ela contentou-se a afirmar: Doravante, já não consideramos a Igreja católica como instituição oficial; não mais remuneramos os serviços dos oficiais do culto porém nós lhes permitimos inteira liberdade de ação e de propaganda, contanto que não perturbem a ordem e a tranqüilidade públicas. E assim fazendo, não violamos nenhum contrato, nenhuma convenção, nenhuma concordata.

Viveremos, cada um no seu "departamento". Façamos uma separação amigável e fiquemos bons amigos! É assim que se deve exprimir uma república verdadeiramente liberal, uma república ateniense. Esse devia ser o estatuto da Igreja na França.

Se não é assim, deve-se, um pouco, a nossa omissão. Os católicos sempre têm sido tratados como suspeitos porque muitos, desde 1870, têm persistido em se isolar num grupo, em resmungar, em falar contra a república e em mostrar um ar de recusa. Não é suficiente limitar-se a apenas suportar o regime republicano com ar de resignação e mal humorado. E preciso aceitá-lo- é fato consumado e inelutável- é preciso aceitá-lo com simpatia, confiança e bom humor. Visto que o povo, mais inteligente e instruído, pretende participar da ação política e econômica ( a há motivo para se reconhecer que está fortemente interessado),- visto que deseja ser consultado e dar sua opinião sobre as grandes reformas sociais que devem melhorar sua sorte, pois bem, abracemos a tarefa de acompanhar seus desejos legítimos, de servir seus interesses, e de o ajudar a obter conquistas possíveis, eqüitativas e práticas!

Há certas categorias de trabalhadores com remuneração honesta e com capacidade de prosperar. Mas há outras que são exploradas por uma capitalismo egoísta, exigente, duro, ganancioso e intratável. Há fábricas onde a oferta de trabalho é muito reduzida e onde a sorte do operário fica à mercê dos caprichos e dos humores do patrão, é tão precária a situação do trabalhador que Leão XIII não teve medo de declarar que a servidão operária era mais humilhante e mais dura do que a escravidão antiga.

Portanto é necessário examinar de perto as reivindicações da classe operária e as reformas sociais que deseja conquistar. Os operários têm eleito deputados, homens políticos que incluíram suas reivindicações em seus programas. Eles nos seguirão se nos mostrarmos dispostos a apoiar suas aspirações.

Vemos com clareza que os católicos até o momento não têm sido, no conjunto, nem bastante francos, nem bastante generosos nem bastante discretos. Permanecem muito presos a formas sociais extemporâneas, ultrapassadas "prejudiciais e tendenciosas". Em nossa época, a democracia corre a todo vapor. Seria falta de inteligência e de bom senso quererremar contra a correnteza.

Ademais, o Papa atual, continuando a política do seus eminente predecessor, dá seu apoio irrestrito à ascensão social do povo e às organizações autônomas dos trabalhadores. Ele aprova e acompanha a criação e o desenvolvimento das obras econômicas pelas quais se interessa de perto quando ainda era patriarca de Veneza.

Ele me dizia, há alguns meses, por ocasião de uma audiência que tive a honra obter dele:

" A melhor diocese da Itália e talvez mesmo de todo o mundo , é a diocese de Bergamo.É próspera devido à atividade e à dedicação às obras populares postas em prática pelos católicos e pelo clero".

Com efeito, as instituições econômicas e sociais surgidas da iniciativa leiga e acompanhadas pelo clero ( caixas de pensão, caixas rurais, cooperativas), estão maravilhosamente organizadas nesse distrito da Alta Itália.

Leão XIII promulgou os grandes princípios de um tratado de justiça e de solidariedade social.

Pio X pensa em pôr em prática, na aplicação dessas teorias e nos exorta a realizar esse grande trabalho.

Eu junto, a sua voz autorizada, meu encorajamento paterno, ao dirigir-me a vocês, meus caros jovens. Não se voltem contra o século, não fiquem fora do movimento moderno. O povo é levado a crer que a religião católica é hostil ao progresso político e econômico. Desconfia da Igreja e dos seus fiéis porque crê que são indiferentes à vida deles. Aqueles que viram o povo de perto, que se envolveram um pouco com a sua vida humilde e difícil, conhecem a revolta que está neste estado de espírito, e uma desconfiança discreta e medrosa que marcam suas almas. E de outro lado, tendo conhecimento in concreto e nos pormenores, das aspirações dos trabalhadores, vêem com clareza que as reivindicações deles, em grande parte, são legítimas e louváveis.

É aos católicos que cabe conquistar a estima, a confiança e a afeição do caro povo da França. Se mantivermos uma postura de estranhos ao movimento social, perderemos definitivamente toda consideração e toda influência sobre o povo.

É preciso ter a coragem de ser do nosso tempo como os católicos da Itália e mostrar que a religião é um fator poderoso e indispensável ao progresso social, impossível sem uma firme e bem fundamentada moralidade. O clero e os católicos de Bergamo conquistaram a simpatia a população e elege, com esmagadora maioria, seus deputados, nas eleições provinciais porque conseguem a aceitação do povo devido à generosa e inteligente capacidade de criar e desenvolver obras sociais populares. Todos os conselheiros provinciais de Bergamo são católicos de convicção e praticantes.

Poderemos obter os mesmos resultados se nos apresentarmos, de modo firme e transparente, como amigos do povo. Passou o tempo do feudalismo; o reinado da nobreza terminou; o da burguesia opulenta e satisfeita reserva-lhe a terrível cólera. Doravante o poder político e econômico está nas mãos do povo. Leão XIII- um aristocrata de origem, de educação e de...carreira &endash; o compreendeu. Foi ao povo levar-lhe o Evangelho e lhe disse: " Somos nós católicos seus verdadeiros amigos porque possuímos os princípios que valem como regras infalíveis de toda justiça, os mensageiros e a garantia da ordem e da paz social porque temos conosco a fonte divina da caridade, não somente daquela que consola, que agrada, que assiste, que alivia os males mas também daquela que previne contra eles, que protege, que assegura a posição contra a injustiça e a miséria, daquela que se dedica a mudar a sorte dos humildes, daquela que se doa, que se multiplica em ações generosas e sabe que nada foi tão completamente feito que não fique algo a se fazer. Foi o Evangelho que introduziu no mundo as idéias de progresso moral, de fraternidade, e de solidariedade e não resta a vocês senão, por meio dele, torná-las realizáveis". Os que rejeitam o Evangelho e a Eucaristia poderão até ser capazes de expor teorias sedutoras porém jamais terão o segredo de as pôr em prática. Foi o cristianismo que, só por meio da persuasão, soube, não abolir de uma vez, a antiga escravidão - o que seria falta de tato político e danoso aos interessados- mas torná-la mais amena, atenuando, pouco a pouco, seus rigorosos efeitos, e transformá-la em uma condição melhor, a servidão. Hoje, o sistema de salário é também uma servidão muito dura e pesada e é por isto que os economistas cristãos deixam entrever aos trabalhadores, o advento auspicioso e viável, do regime da participação que tão logo será um progresso conquistado sobre a condição anterior, tão suscetível de abusos.

Fora do âmbito da religião cristã vocês irão encontrar pessoas loquazes, embevecidas por belas palavras, tribunos mais interessados em adquirir popularidade, arrivistas furiosos cuja preocupação dominante é locupletar-se, conquistando cargos relevantes que lhes propiciem altos rendimentos, e o usufruto incomparável do orgulho e do diletantismo reservado às altas classes sociais.

Vocês devem saber discernir onde estão os verdadeiros amigos do povo.

Ouçam os ensinamentos, estudem a doutrina dos sociólogos e economistas que vocês conhecem como pessoas movidas pelo verdadeiro espírito cristão, espírito de solidariedade, de abnegação e de dedicação aos nossos irmãos deserdados da sorte. Eles irão mostrar a vocês como deduzir dos princípios promulgados pelo Evangelho, projetos modernos de melhoria e de transformação das condições de trabalho e da propriedade. Se o povo chega a compreender quantas propostas de reforma salutares estão embutidas no ensino social católico, depositará em nós sua confiança e a França voltará a ser o que foi no passado, a ardente e generosa promotora da civilização cristã no mundo.

Durante uma longa viagem que acabo e fazer à Boêmia, à Rússia, e à Finlândia, tive a decepção de ouvir Alemães dizerem:" Se a França desce, na opinião pública da Europa, se está reduzida a este estado lamentável de decomposição moral e social, se seus próprios filhos estraçalham suas entranhas, a culpa é de vocês, católicos, de vocês, homens de Igreja!

Até o momento vocês não souberam apresentar, aplicar, fazer valer o remédio para os males de que todos vocês estão sofrendo, e esse remédio está numa legislação inspirada pelo espírito do Evangelho. Os católicos ficaram por tempo demasiado, inertes, passivos, indispostos, com o espírito e o coração voltados para um passado morto ou para um futuro quimérico. Eles têm vivido de recordações saudosas, de lamentações e..de ilusões. Não souberam ser do seu tempo nem discernir o que há de justo, de oportuno, de necessário, de realizável nas aspirações da classe oprimida. Temos que recuperar nossas forças e pôr mãos à obra. Cabe a vocês, caros amigos, participantes de uma elite da sociedade, propagar as idéias que acabo de submeter ao seu juízo, fazer todo o esforço para que venhamos a retomar a ascendência que tínhamos, a resgatar a influência que ora nos escapa das mãos que desfrutávamos em 1872-1875 quando tivemos a honra e a alegria de levar uma legião de 10.000 homens em peregrinação a N.S. de Liesse. Como os tempos mudaram ! Vejam, era o período das conquistas, do sucesso, e do triunfo. Hoje restam o fracasso, a confusão, o recuo, a debandada. Mas, lembrem-se da generosa palavra de Desaix, ao chegar às três horas da tarde, ao campo de batalha de Marengo e encontrou as tropas desamparadas, desorganizadas, abatidas : a batalha está perdida ! mas são apenas três horas. Ainda temos tempo de ganhar outra !

A vida social assemelha-se a um campanha militar; tem suas marchas e contramarchas, recrutamentos, combates, batalhas. Tem também seus revezes, desbaratos, grupos extraviados podem ser recuperados. Avante, pois, filhos da luz, com coragem e confiança, por Deus e pela salvação da pátria ! Não permitamos que se realizem os prognósticos dos profetas da desgraça ! A França está em gestação de uma nova ordem de coisas; ela busca, agita-se, trabalha. Isto é sinal de que ela não está decrépita, paralisada nem moribunda. Ela vive, ela viverá. Cedo ou tarde retomará consciência de seus deveres, de seu destino, e de seu papel de filha mais velha da Igreja. E Deus não deixará desmoronar uma nação que tem sido, ao longo do tempo, a iniciadora de tantos empreendimentos nobres, que tem sido a campeã do direito e da humanidade e que ainda é, ousaria dizer, uma condição da vitalidade da Igreja".

O final desse discurso improvisado expressa muito bem todos os sentimentos íntimos do p. Dehon e de todos aqueles que, na França, assistiam, impotentes, à perseguição política do governo. Entretanto, generosos movimentos de ação social cristã estavam incubados sob as cinzas, após os combates de 1875-1900. Daí se explica o otimismo do p. Dehon. Ele fala, sendo francês, a jovens franceses que deseja sensibilizar para uma generosa ação patriótica e cristã. Essas propostas, por pouco que sejam transportadas para a situação da Igreja pós- conciliar, guardam toda a sua atualidade.

Proclamou-se tanto a "morte de Deus" e o fim da Igreja da Igrejas

Retomando os termos do P. Dehon, "a Igreja busca, move-se, trabalha". É que ela não morre, "é sinal de que ela não está decrépita nem paralisada nem moribunda".

M. Denis.


LE PÈRE DEHON ET L'INSTITUTION ST-JEAN


D'après le compte rendu des réunions de l'Association amicale des Anciens Elèves

de l'Institution Saint-Jean (1896-1900 et 1907)


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C'est le Père Dehon qui fonda cette association en 1884. Elle fut approuvée par le préfet de l'Aisne, M. Sébline, le 10 décembre 1884.

Le but de cette Association « fondée sur l'affection mutuelle de ses membres et sur leurs souvenirs de jeunesse, est de faciliter entre eux des relations et d'aider ceux de leurs camarades qui, dans des circonstances honorables, pourraient avoir besoin de secours » (Art. III). Notons cet aspect « social » de l'Association.

C'est lors des Assemblées générales, annuelles, en principe, que les rencontres d'anciens provoquaient quelques échanges dont le compte rendu nous intéresse pour ce qui regarde spécialement la personne de notre Fondateur.

En 1896, la réunion se fut au lendemain de l'Assomption. Il y avait environ 90 anciens élèves faisant parti officiellement de l'Association. Une messe était célébrée.

Le sermon est donné par un ancien, l'abbé Guillaume Crinon, vicaire à Guise, une belle page d'éloquence chrétienne, dit le rapporteur. En réalité, ce sermon reflète bien l'atmosphère du temps portée à l'inquiétude en raison de la persécution religieuse latente des hommes au pouvoir. « N'avez-vous pas aperçu de loin, dit l'orateur, ou entendu mugir sourdement ce flot immense qui s'élève contre la société chrétienne ? Le péril est imminent ».

Dans tous les compte-rendus on tient très habituellement à souligner la très bonne musique du p. Modeste Roth, « aux accompagnements justes et pleins d'âme ».

A la réunion, quelques discours, quelques rapports sont présentés, après un « Veni Sancte Spiritus », « récité par le p. Dehon, dit le compte rendu, d'une voix qui force le cœur le plus fermé à s'ouvrir pour laisser échapper son mot de prière… ».

L'année suivante, en 1897, le p. Dehon au moment des toasts veut bien suppléer le « bon monsieur Vilfort », le trésorier de l'Association et prononce une allocution tout vibrante qu'on aura plaisir à lire. Cette année 1897 est toute chargée de l'apostolat social du p. Fondateur. Pendant les vacances, il y a la réunion des séminaristes au Val, puis le Congrès du Tiers-Ordre à Nîmes. Il achève la rédaction de ses « Directives pontificales ». Puis il y aura un « Avent » a Nîmes, avec trois retraites. En fin décembre, le Congrès de Lyon, avec un rapport « sur le programme de la démocratie chrétienne » (cf. Notes Quotidiennes, XII, 80).

« Les absent, dit le chroniqueur, liront volontiers ce discours qu'ils n'ont pas entendu ; les présents seront heureux aussi d'en faire renaître en leur mémoire les accents vibrants ».

« Pour délivrer notre Trésorier du devoir qu'on lui impose de prendre la parole, je m'en acquitterai à sa place.

Je salue en vous des anciens et des jeunes.

Anciens, tel est le titre que vous prenez et comme anciens, vous revenez pour rafraîchir vos souvenirs.

Ce n'est pas que dans la vie de collège, tout soit absolument rose.

On pourrait lui appliquer, à cette vie de collège, ce que dit un certain auteur dans Les désagréments d'un voyage d'agrément :

« On voyage, on va voir les merveilles de la Suisse, on admire ces montagnes, ces lacs si beaux, quand le soleil les illumine, et ces glaciers merveilleux perdus dans les nuages. Mais, en contemplant tout cela, il arrive que, dans ce voyage d'agrément, on perd sa malle, on manque sa correspondance, on a un voisin qui ronfle, le vin d'hôtel est agire et le dîner froid. Les petites misères se succèdent.

Cependant tout cela s'oublie et au retour on ne se souvient que des jours heureux.

Ainsi en est-il de la vie de collège : elle a bien ses ennuis que l'on oublie, pour ne garder qu'un heureux souvenir.

Rappelez-vous d'abord vos impressions religieuses. Tout à l'heure, en assistant à la messe, j'admirais ce grand Sacré-Cœur qui semble être une sorte de vision et je me disais : comme la vue de cette statue doit parler à nos élèves quand ils viennent à la chapelle, par exemple à la messe du matin, eux qui la voient en face, tandis que nous ne la voyons que de côté, dans nos stalles !

Et le banc de communion ? Que de souvenirs émouvants ne rappelle-t-il pas !

Et ces petits bancs sans dossier de votre première communion, où nous vous avons vu verser quelques larmes, ne le niez pas.

Ces souvenirs reviennent avec émotion.

Il y a encore des souvenirs scolaire : les professeurs maussades, mais braves gens.

Voyez ce cher Monsieur Labitte, véritable apôtre. Comme il redoublait ses catéchismes à l'approche de la première communion ! Que de dévouement chez lui ! Aussi, la différence qu'il trouva entre les enfants de Saint-Jean et ceux de la campagne lui fut particulièrement sensible. Il est mort à la peine, souffrant de ne plus avoir ses premiers communiants d'autrefois et s'ennuyant après eux.

Et ce bon Monseigneur Mathieu, avec sa grande dignité qui lui valut les honneurs de la prélature. Il était aussi des nôtres par l'intérêt qu'il portait à la maison.

Et Monsieur Lefèvre Arnould, qui veillait si bien à ce que les petits enfants fussent propres, polis et bien élevés. Il faisant en cela œuvre d'éducateur.

Et Monsieur Marchal qui, revêtu d'une grande blouse blanche par dessus sa soutane, a peint notre chapelle et qui préparait les déclamations de nos fêtes scolaires : c'était un artiste et un poète.

Il faut aussi rendre hommage à la sagesse, à la gravité, à la haute raison de Monsieur le Professeur de Philosophie, à la sagesse de Monsieur le Supérieur actuel à qui vos suffrages accordaient autrefois le prix d'honneur.

Tels sont les souvenirs d'antan.

Je ne parle pas des condisciples : ce pauvre Payen toujours enjoué, toujours affable, dont nous nous rappelons l'aménité et qui a laissé parmi nous, n'est-ce pas vrai ? le plus aimable souvenir.

Rappellerai-je le souvenir des anciens trésoriers et président de conférence et les merveilleuses loteries qu'ils organisaient ? Quelques-uns se trouvent ici ; ne blessons pas leur modestie.

Vous êtes anciens. Je salue en vous des jeunes.

Dans le bon vieux temps, en Israël, quand tout allait mal, Judas Macchabée disait : « Il faut des jeunes qui aient un idéal assez vivant pour courir sus à l'ennemi », et, après avoir réuni un groupe de vaillants, il ajoutait : « Voilà ce qui reste d'honneur et de sainte espérance en Israël, quidquid est honoris et sancta spei ».

En notre temps, un autre Judas Macchabée fait entendre sa voix et adresse un appel à la jeunesse : c'est Léon XIII.

Parlant à cette jeunesse, tant dans son admirable Encyclique que dans ses lettres ardentes, à divers congrès de jeunes gens, il lui dit qu'il compte sur elle : c'est l'espérance de l'Eglise.

Les vieux sont comme La Fontaine, au temps où il décrivait les désillusion de la vie sous le symbole de Perrette qui voit tomber son pot au lait.

Les jeunes savent que le pot au lait ne tombe pas toujours ; ils continuent leur chemin et vont en avant quand même, sans se décourager.

Ils travaillent pour l'Église et la Patrie…

Nous sommes dans le deuil, nous aussi. Comme au temps de Judas Macchabée, le temple est profané par l'athéisme légal ; les sectaires voudraient arracher Dieu du cœur des petits enfants. Les monastères voient attacher d'odieux scellés sur leurs chapelles et reçoivent des sommations pour payer des impôts iniques.

La Patrie est attristée. Vous arrive-t-il quelquefois de sortir des frontières de notre pays ? Pour moi, cela m'arrive assez fréquemment à l'occasion de la visite des différentes maisons de notre Œuvre.

A l'étranger on nous dit : « Eh bien ! votre France, elle en fait de belles ; vous ne voulez plus de Dieu, vous persécutez ses ministres, vous opprimez les religieux. La France est le peuple qui ne prie pas, disent les Musulmans ; si mon âne savait parler, ajoutent-ils, il publierait les bienfaits de son Créateur, et vous les méconnaissez ».

La Patrie est humiliée.

Jeunes gens, il faut agir. A votre âge on doit avoir l'esprit de combativité.

Les jeunes gens doivent savoir se montrer.

A Versailles, ils ont su opposer leur indignation à cette police absurde qui empêchait un prêtre, sur le parvis de son église, de bénir la foule assemblée.

A Lille, à Reims, à Lyon on a vu les jeunes gens défendre le drapeau de la France, orné du Sacré-Cœur, contre une police stupide.

On a vu les jeunes étudiants de Lille rappeler au bon sens conférenciers et conférencières socialistes.

A cet âge, on sait besogner gaîment. C'est l'âge du gai devoir, l'âge de la sainte espérance.

Je saule la jeunesse catholique du Vermandois, puisque maintenant il y a une jeunesse catholique et qui a son organe.

En Normandie, en Bretagne, à Lyon, cela existe. Je n'espérais pas qu'à Saint-Quentin on arriverait à de tels résultats. C'est un acte de hardiesse. Je suis fier, jeunes gens, de votre audacieuse tentative. Ne dût-elle durer que six mois, un an, ce sera honneur. Dans l'histoire on dira qu'à Saint-Quentin, pays indifférent il y a eu des jeunes qui n'ont pas craint de publier un organe de la jeunesse catholique.

Je sais qu'on a hésité un moment à mettre en tête du journal ce mot « catholique » on avait pensé à celui de jeunesse conservatrice.

Conservatrice, non… Qu'est-ce que cela veut dire conservateur ? Les conservateurs ne conservent rien. On a eu raison de mettre catholique. C'est digne des enfants de Saint-Jean. Le bon Dieu bénira leur entreprise. C'est une affirmation de foi dont je suis fier pour Saint-Jean.

Unisses-vous tous à cette jeunesse ardente, afin de porter fièrement la bannière de Saint-Jean. Si vous le voulez, vous pouvez changer l'esprit de cet arrondissement de Saint-Quentin.

Voyez. Quelques-uns de ces jeunes gens ont empêché le succès d'une réunion socialiste à Origny.

Ne craignez pas de vous montrer : habituez-vous à la parole en public. Vous commencez par être journalistes, demain vous serez conférenciers. Vous pourrez alors user avantageusement des principes de rhétorique que vous a enseignés Monsieur Rigaut.

Quand vous vous montrerez, tout le monde vous suivra. Montrez-vous donc un peu. Allez courageusement. Formez-vous. Secourez vos populations.

Si on fait cela partout, on remerciera la France qui rendra à l'enfance son catéchisme, à la religion sa liberté et à Dieu l'honneur qui lui est dû.

Quelle gloire pour les jeunes gens qui auront contribué à ce réveil de la France !

Je désire que vous en soyez tous !

A la jeunesse !!! »

Les applaudissements retentissent dans toute la salle.

L'année suivante, en 1898, les anciens de St-Jean sont aux regrets de n'avoir pas parmi eux leur « Maître Vénéré ». Le p. Dehon affaibli a dû, sur le conseil pressent de ses amis et des médecins, prendre un repos un peu prolongé en Suisse.

Un nouveau Supérieur, le p. Delloue, a été nommé. Il donne lecture d'une lettre que le p. Fondateur envoie aux anciens de St-Jean :

« Dites à nos chers anciens que je suis avec eux de cœur. Il m'en coûte beaucoup de ne pas les revoir cette année. Plusieurs sont médecins, ils m'approuveront d'avoir obéi aux ordres de la Faculté. C'est d'ailleurs une douce condamnation que je subis. Le grand air et le repos, c'est tout mon traitement et je m'en trouve bien.

Le fameux J.-J. Rousseau avait pressenti la faveur qu'obtiendrait dans la médecine moderne la cure d'air. « Sur les hautes montagnes, où l'air est pur et subtil, disait-il, on sent plus de facilité dans la respiration, plus de légèreté dans le corps, plus de sérénité dans l'esprit. Les méditations y prennent je ne sais quel caractère grand et sublime, proportionné aux objets qui nous frappent, je ne sais quelle volupté tranquille qui n'a rien d'âcre et de sensuel. Il semble qu'en s'élevant au-dessus du séjour des hommes, on y laisse tous les sentiments bas et terrestres, et que, à mesure qu'on approche des régions éthérées, l'âme contracte quelque chose de leur inaltérable pureté ».

Il ajoutait : « Je suis surpris que les bains de l'air salutaire et bienfaisant des montagnes ne soient pas un des grands remèdes de la médecine et de la morale ».

Pour la médecine c'est fait, elle a adopté les cures d'air. Pour la morale, Rousseau ne s'y entendait guère. Il a eu raison de penser cependant que les grands spectacles de la nature élèvent l'âme vers Dieu. Je ne me lasse pas de contempler cet horizon de montagnes qui nous entourent et ce tableau, plus frais qu'un pastel, où se mêlent les vastes prairies, les bois sombres, les blanches neiges et le ciel azur.

J'ai sous les yeux l'abbaye de Saint-Maurice et les montagnes du Chablais. Dites à nos anciens qu'ils soient fermes dans leur foi comme les héros de la légion thébéiennes, qu'ils soient sélés comme a été Saint François de Sales dans son apostolat du Chablais ; qu'ils soient charitables comme a été Saint Bernard de Manthon, le fondateur des refuges des Hautes-Alpes.

Je m'unis aux joies et aux prières de votre belle réunion et avec vous tous je souhaite à Saint-Jean une prospérité croissante ».

L'année suivante, les vacances du p. Dehon furent très occupées. Il y en du 30 août au 5 septembre, la réunion des jeunes ecclésiastiques au Val. « Quelles bonnes journées s'écris le Père ! Il préside avec MM. Perriot et Pottier. Il se plaît dans son Journal à rendre hommage à Georges Goyau qui a, dit-il, l'étoffe d'un homme d'État, avec la simplicité d'un tertiaire de St-François… » (NQ, XIV, 180).

Puis les 14-15 septembre, c'est le Chapitre Général, dont le p. Fondateur est content. Il n'y a plus de mauvais esprit de 1896 : « Après la retraite, écrit-il, bonnes réunions capitulaires sans trouble, ni mauvais esprit… » (Ibid., XIV, 181).

La réunion des anciens, le 17 septembre, fut particulièrement animée. Ils manifestent dit le compte-rendu, « une communauté d'affection envers notre vénérable Président d'honneur dont l'absence fut tant regrettée l'an dernier ».

Le Journal de l'Aisne, au 25 septembre 1899, a noté « la plus franche cordialité ». On voit des jeunes « frais émoulus », mais aussi des anciens « depuis longtemps pères de famille ». Le Journal ajoute : « Le clergé (anciens élèves) se mêlait au barreau, la brillante culotte rouge de l'armée tranchait vigoureusement sur la redingote du grave officier ministériel, le professorat lui-même et le commerce fraternisaient avec l'agriculture ».

Le sermon à la messe, célébrée par le p. Paris, fut prononcé par l'abbé Gendron, « disciple, dit le chroniqueur, de notre Président d'honneur ».

Cette année-là, un ancien, le capitaine Charlier venait d'être fait « chevalier de la Légion d'honneur » pour ses brillants faits d'arme au Madagascar. On lui envoya une lettre de félicitation signée de tous les présent.

Après la réunion de l'assemblée générale, il y eut, comme d'habitude le banquet. Le toast du p. Dehon est signalé par le Journal de l'Aisne comme un véritable discours où l'orateur cherche à éveiller la conscience des anciens élèves à leur devoir d'être présent à leur société, à leurs contemporains pour « reprendre dans la vie social le rôle que (le catholicisme) avait cru un moment être en dehors de sa mission ».

Voici le texte de cette vibrante improvisation, genre ou le p. Fondateur excellait, lui qui ne sa considérait pas comme un « orateur ».

« J'assistais il y a quelque temps à Besançons à un Congrès de la Jeunesse Catholique Française ou 300 jeunes gens s'étaient réunis de toutes les parties de notre France. Trois cents ! Les Macchabées aussi étaient trois cents, trois cents aussi les Spartiates de Leonidas et trois cents encore les courageux Thébains qui se sont dressés pour arrêter la marche victorieuse de l'Islamisme.

J'ai retrouvé ensuite au Val-des-Bois quelques groupes de jeunes gens venus là pour se rendre compte de la solution si pratique donnée à la question sociale par M. Harmel, que nous connaissez tous et dont le souvenir seul suffit à faire l'éloge.

Il y avait là de jeunes laïques et de jeunes ecclésiastiques, des gens du monde lancés dans la vie, s'abreuvant de ses soucis et luttant contre ses difficultés et des jeunes gens vivant dans le recueillement et la prière sous l'œil de Dieu et ne devant toucher à la vie des premiers que pour y chercher la misère et la soulager. Et les uns comme les autres étaient tout surpris de se voir réunis sur un terrain commun d'étude, de se voir sympathiser dans les mêmes préoccupations.

C'est qu'aussi, toute la jeunesse convaincue, de la nécessité du relèvement de la France Catholique commence à sortir de la torpeur dans laquelle elle sommeillait depuis trop longtemps. N'a-t-elle pas déjà l'exemple des esprits sérieux qui, désabusés du positivisme, du rationalisme et du socialisme aux quels avait donné naissance la doctrine cartésienne, sont revenus au catholicisme poussés par la soif de la vérité et de la justice ? N'avons-nous pas vu les Brunetière, les Coppée, chercher et ne trouver que dans le catholicisme, l'autorité doctrinale s'imposant à tous par la force de son essence même. Et enfin ne voyons-nous pas et ne suivons-nous pas constamment la marche du collectivisme revenant pas à pas et par le cours même de son évolution, au catholicisme ?

Toutes les circonstances nous sont donc favorables. Il semble que nous ayons le vent en poupe ! Mais il faut y aider : que ferait un navire ayant le vent en poupe si les matelots n'y aidaient par les manœuvres appropriées ! Il en est ainsi pour nous, relevons la tête, revendiquons l'influence à laquelle nous avons droit, reprenons notre place dans l'état ; créons et entretenons des associations politiques, car il ne faut pas se contenter de distribuer des bons de pain et des aumônes : c'est très méritoire déjà, mais c'est insuffisant.

Agissons virilement, soyons des hommes et des citoyens, et notre belle France, délivrée des parasites internationaux qui la dévorent, reprendra sa splendeur et son activité et redeviendra effectivement la Fille aînée de l'Eglise !

C'est à ce but, à notre réussite que je lève mon verre. Je bois à l'avenir de la France catholique ».

Le chroniqueur note que « des applaudissements nourris montre que cette fois encore nous partagions unanimement la pensée du Maître V.

Le chroniqueur, O. Leduc, était très attaché à la personne du p. Fondateur. Aussi dans une dernière phrase il manifeste ainsi ses sentiments : « Bien que ce ne fût, encore et toujours, qu'à regret que je quittai la maison bénie de St-Jean, je m'en allai le cœur gai, emportant le souvenir d'une journée bien remplie, remplie surtout de la présence du Maître (le p. Dehon) que nous avons été si heureux de posséder aujourd'hui ».

L'année suivante, la réunion eut lieu le 19 août. En cette année 1900, le p. Fondateur avait été occupé spécialement à Rome par les « réunions internationales d'études sociales » auxquelles prenaient part les PP. Biederlack, David, Mgr. Radini, Mgr. Tiberghien, etc... Il mettait au point ses conférences de Rome en vue de l'impression. En juillet, il prend part à deux Congrès à Paris : celui de la Démocratie chrétienne et celui des Caisses rurales. Puis, en fin juillet, c'est de nouveau la « réunion annuelle des séminaristes » au Val : « De bonnes journées où l'on goûte le charme de l'amitié chrétienne » (NQ, XVI, 17-18). Enfin, il y aura deux Congrès célèbres en septembre : le Congrès ecclésiastique de Bourges qui provoqua tant de remous en France, puis le Congrès international du Tiers-Ordre à Rome, où sombrèrent les espérances de Léon XIII de voir le Tiers-Ordre franciscain devenir le fer de lance de son action sociale dans le monde.

Un ancien du collège, l'abbé Sauvez disait la messe de réunion en 1900 et un autre, l'abbé G. Crinon fit le sermon en rappelant que l'amour, celui de Dieu, celui du prochain assurait la meilleure solution de la question sociale.

Le Père Dehon fit le toast si attendu de ses anciens élèves en commençant par faire remarquer qu'il n'aimait pas le mot « toast » et qu'il lui préférait celui de « Proficiat » es « Romains, nos ancêtres ».

« Comme eux, dit-il, je préfère le « Proficiat » des Romains, nos ancêtres. Et comme eux, je dirai : « Proficiat. Que ce festin vous profite, qu'il profite à vos corps, mais aussi que cette journée profite à vos esprits, à vos âmes ; qu'elle fasse revivre tous vos souvenirs, qu'elle ranime le sentiment de votre dignité d'hommes et de chrétiens. Et je ne saurais mieux faire ici que de répéter ce que disait récemment Coppée dans une réunion de jeunes gens qu'il présidait. Comme lui je dirai que malgré les apparences, malgré les persécutions qu'il subit, le catholicisme ne s'en va pas, on y revient. Effrayée de la décadence à laquelle nous conduit ce siècle d'impiété, l'élite de la nation, l'élite intelligente, celle qui raisonne, revient à Dieu ; elle comprend que le catholicisme ne manque, comme on a voulu le faire croire, ni de sérieux, ni de logique. Voyons Brunetière : n'a-t-il pas été conduit par l'admiration de la force morale et par le recherche des causes de cette force, à conclure qu'elle ne pouvait émaner que de l'influence et de l'autorité divines ! C'est sa philosophie qui l'a ramené à la foi.

La religion peut faire et fait beaucoup pour la question sociale : elle est le fondement de la vie sociale. Voyez l'Amérique, cette société moderne, composée de races diverses, qui reste divisée et instable, et comparez-la avec cette société ancienne, stable, vivace et forte tant qu'elle reste unie par les liens d'une commune religion. La religion est la première nécessité de la société, c'est Bourget qui l'a dit.

N'avons-nous pas aussi les exemples d'Huysmans qui a trouvé que le catholicisme avait été le seul inspirateur de l'art, de Leplay que ses études ont aussi ramené à Dieu, de Coppée qui, dans ses souffrances physiques, a cherché partout la consolation et ne l'a trouvée que dans la foi.

Et je ma rappelle encore Coppée, ce sincère croyant, humble et ardent comme un néophyte, qui lors de la réunion dont je vous parlais tout à l'heure, félicitait les jeunes de ne pas être exposés aux tentations qui l'ont assailli. Comment fera-t-on, s'écriait-il, si l'on abandonné l'armée et la religion ? N'est-ce pas dans celle-ci que les Boers ont puisé cette force de résistance qui étonne et surprend l'univers et n'est-ce pas sur celle-là que la Drusse s'appuie pour accroître le développement de son prestige au moment même qu'en France on veut choisir pour la détruire !

Gardons, chers amis, gardons fidèlement la croix et le drapeau, la croix, symbole de l'amour et de la charité, le drapeau, symbole de la défense sociale, ce drapeau qui avec ses trois couleurs renferme tous les autres et résume 15 siècles de gloire. (Vis applaudissements)

Mais ne nous contentons pas de les garder au fond de nos cœurs, cette croix et ce drapeau, partons-les bien haut. Agissons par la parabole ou la plume pour la défense de nos droit sacrés, la liberté de l'enseignement, la liberté d'association. Allons au peuple, formons des associations d'épargne, de mutualité, de secours, montrons en un mot ce que savent faire de bons catholique et de bons français. Prenons pour devise cette parole que l'on chante dans nos églises : 'Catholiques et Français, toujours'. Oui, revendiquons hautement, dussions-nous y périr, le droit d'être Catholiques et Français à la fois. Sus à la secte maçonne qui nous opprime et fait de notre belle France, autrefois la fille aînée de l'Eglise, le repaire de la persécution religieuse du brigandage social et de la juiverie internationale. 'Catholiques et Français, toujours' ».

Le chroniquer note que de « chaleureux applaudissements longtemps contenus éclatent de toutes parts. Une belle ovation est faite à M. Dehon et un vivat semper chanté en son honneur ».

« Secte maçonne » et « juiverie internationale » sont des termes démodés, mais qui, à l'époque, exprimaient justement le sectarisme violemment antichrétien des hommes politiques au pouvoir et le dictature du grand capitalisme.

Comme on le voit, le Père Dehon a toujours essayé d'inculquer aux jeunes la fierté d'être chrétien. Lui-même était profondément attaché à l'Eglise et depuis de nombreuses année, il avait essayé de sensibiliser ses concitoyens à l'enseignement social de Léon XIII.

Les année suivantes s'annonçaient très sombres pour l'Eglise de France et elles le furent réellement. Les communautés religieuses furent dispersées et leurs maisons mises en vente publique. Comme on le sait, le p. Dehon racheta en son nom propre la maison du S. Cœur et l'école apostolique de Fayet émigra en Belgique.

C'est tout cela qu'il faut avoir présent à l'esprit quand on se reporte aux réunions ultérieures des anciens de St-Jean dont le président était l'énergique Octave Leduc.

En 1907, la réunion se fit le 8 septembre. Cette année-là, le p. Fondateur vient d'achever la visite des maisons de la Congrégation au Brésil et il est rentré en janvier, à Rome. Il constate qu'en Italie les catholiques se rallient à « l'italianité de Rome » et un esprit nouveau se fait jour qui accepterait un modus vivendi ».

Au cours de l'année, il se met au courant des controverses contemporaines car on se trouvait en pleine discussion moderniste et, comme membre de la Congrégation de l'Index, le Père recevait quelques ouvrages surtout sociaux, à examiner.

Il présente courageusement au public romain Marc Sangnier qui vient faire une conférence a Rome pour montrer ce qu'est le vrai Sillon (mai 1907).

Dans le nord de l'Italie, la Congrégation s'établi à Albino où le Père passe au cours du mois de juin. Quelques jours après, il visitait le nouveau St-Clément établi à Mons.

Puis en août, il se rendra en Finlande pour vois sur place les possibilités d'une fondation dont les commencements seront confiés au p. Van Gysel.

Le Père dispose de très peu de loisirs et son « journal » n'est plus composé que de temps à autre. Cette année-là, le Père ne fait même pas mention de la réunion des anciens de St-Jean. Heureusement que nous avons pour nous en enformer le « Bulletin annuel de l'Association amicale des anciens élèves de l'Institution St-Jean » qui en est à sa 24è année.

Le chroniqueur fait remarquer que plusieurs des anciens sont absents perce qu'ils ont voulu profiter de l'ouverture de la chasse… Il ne se fait pas faute de les prendre à partie en la personne du « Grand Saint Hubert » qui leur a « suggéré cauteleusement que mieux valait, le 8 septembre, brûler la poudre que l'encens… ».

La messe fut célébrée par l'abbé H. Rigault, préfet des études, qui célébrait cette année-là 25 ans de fidélité à l'Institution St-Jean. Le sermon fut donnée par le p. Cottart, missionnaire au Brésil. Un très beau sermon où le Père parlait de la situation religieuse en ce pays pour souligner le contraste avec la situation de persécution religieuse politique en France.

Au banquet on congratula le professeur jubilaire si méritant qui fut instamment prié par le Président d'honneur, le p. Dehon, de prendre la parole. Le digne professeur rappela les conseils « sportifs » de saint Paul dans « la carrière de l'apostolat chrétien » puisque « aujourd'hui les jeunes gens ont le goût prononcé de l'athlétisme et la passion des « sports »… Il demanda surtout à ses anciens élèves d'agir contre un certain « dénigrement systématique » proféré contre l'Institution en montrant « par leurs œuvres de foi, de justice et de charité » que « St-Jean est vraiment une bonne maison puisqu'elle produit un si grand nombre de tels hommes et de tels chrétiens ! »

Puis « Monsieur le Chanoine Dehon veut bien aussi nous adresser une exhortation dont le cœur fait tous les frais ».

Le « cœur en fit les frais », sans doute mais le p. Dehon prononça ce jour-là une harangue toute vibrante devant une élite de jeunes bourgeois qu'il suppliait de rester jeunes, ardentes, confiants pour regagner, « reconquérir l'estime, la confiance, l'affection du cher peuple » au lieu de rester « passifs, maussades, l'esprit et le cœur tournées vers un passé mort ou vers un avenir chimérique… ». A ce moment, le p. Dehon était entré dans sa 65e année et on peut regarder ce morceau superbe comme une sorte de testament d'action sociale chrétienne d'un prêtre au cœur généreux qui depuis plus de 35 ans luttait pour « ce qu'il y a de juste, d'opportun, de nécessaire, de réalisable dans les vœux de la classe qui souffre ».

« Je n'ai, - déclare-t-il, - qu'à développer et à commenter les excellents conseils que vient de vous donner Monsieur Rigault. Il vous a recommandé le zèle, l'ardeur pour le bien. Il ne faut pas, certes, que vous soyez, mes chers amis, de cette catégorie de jeunes hommes que Mgr d'Hulst, dans je ne sais plus quelle circonstance, stigmatisait avec amertume du qualificatif de jeunes-vieux. Restez toujours jeunes par le cœur, par l'action, par le zèle !

Il pourra se faire que ce zèle soit parfois un peu excessif, téméraire, intempérant, inconsidéré. La jeunesse a les défauts de ses qualités et Bossuet lui-même, cet admirable connaisseur de la nature humaine, semble parler de ces défauts avec une secrète sympathie dans le célèbre portrait qu'il nous a tracé de la jeunesse à propos de celle de St-Bernard. 'Vous dirai-je… ce que c'est qu'un jeune homme de vingt-deux ans ? Quelle ardeur, quelle impatience, quelle impétuosité de désir ! Cette force, cette vigueur, ce sang chaud et bouillant, semblable à un vin fameux ne leur permet rien de rassis, ni de modéré'. Mais l'exubérance est préférable à l'inertie et à l'indigence ; l'excès accuse une plénitude de vie, une vigueur qu'il est plus aisé de réduire que de produire du néant.

Autour de nous il n'y a que trop d'égoïstes, de sceptiques, d'utilitaristes et de blasés.

Nous avons élevé et formé ici, vous rappelai-je l'an dernier, les fils des familles influentes de la circonscription. Si nous avions su multiplier, grouper et soutenir nos initiatives et nos efforts, l'arrondissement de St-Quentin serait à nous. L'autorité, le crédit de la classe à laquelle vous appartenez ont notablement diminué mais votre influence est encore appréciable pourtant puisqu'un député de la région me faisait, il y a quelque temps déjà, cette déclaration flatteuse : 'Ce sont vos anciens élèves qui ont déterminé mon élection'.

Il faut donc accroître, étendre et affermir cette influence et c'est ce qui doit stimuler votre zèle, chers amis. Prenez la résolution d'exciter en vous une vaillante ardeur pour les causes justes et opportunes. Soyez jeunes, en un mot !

Pourquoi l'action catholique a-t-elle eu si peu de résultats ? C'est parce que nous sommes restés trop longtemps attaché de cœur à des traditions respectables mais périmées, à des institutions tombées en désuétude et que nous avons pas su asses tôt prendre conscience de notre devoir social.

Les aspirations dominantes, foncières et persistantes du peuple se peuvent réduire à trois. Il veut résolument, opiniâtrement le maintien du gouvernement représentatif que réalise (en principe au moins), l'égalité politique ; il veut la liberté d'association et les réformes sociales. Si le peuple se rend compte que nous sommes sincèrement (et résolument aussi) disposé à appuyer ses vœux et ses réclamations, il nous reviendra à la longue. Mais s'il nous soupçonne d'être contraires et hostiles à ses revendications, il se détournera de nous et continuera à maudire et à mépriser une société religieuse dans laquelle il ne voit qu'une étrangère alliée des heureux de ce monde et ennemie du progrès social.

La multitude n'est pas antichrétienne. On ne saurait opérer si facilement l'ablation de l'âme d'une race, chevillée en elle par 1.500 ans de christianisme. La multitude est achrétienne comme elle est amorale. Et elle est ceci et cela par suite de son ignorance, de sa crédulité, de sa versatilité, de sa facilité à se laisser séduire par les enchanteurs Merlins du socialisme, par les prophètes d'un bonheur prochain et d'un nouvel âge d'or. Eh bien ! il faut instruire le peuple, lui débarrasser le cerveau de ses préjugés, de ses sophismes, de ses utopies et de ses chimères, lui inculquer les principes du juste et de l'honnête, tirés des nécessités objectives et de la nature des choses, travailler avec lui à la préparation des réformes réalisables et l'amener à comprendre qu'il n'y aura jamais d'ordre et de paix publique possible sans moralité ni de moralité sans une religion qui en soit à la fois le fondement la règle, l'inspiration et la sanction.

Si les catholiques et le clergé s'étaient, depuis trente ans, associés délibérément et de bon cœur, au mouvement accentué du progrès social, ils auraient aujourd'hui l'influence et l'ascendant qui leur manquent. Ce mouvement est légitime. Le peuple a pris conscience de sa dignité et de ses droits. Il veut se relever de l'état humilié où il a été si longtemps réduit. Et s'il préfère au salariat le système de la coopération et en politique la république à la monarchie, quoi d'étonnant à cela ? C'est que, dans la république, dans la coopérative, le citoyen, le travailleur qui n'était rien jadis, se sent quelque chose, sait qu'il peut être un agent éclairé, conscient et libre de l'amélioration de son sort. Eh bien, ayons le courage de reconnaître, de rectifier les droits du peuple mais ne négligeons pas non plus de lui enseigner que ces droits ont leurs limites et leur contrepoids dans les devoirs de justice, d'équité, de modération, de fraternité.

Pour ce qui est de la question religieuse et des relations entre l'Eglise et l'Etat, nous aurions désiré, puisque l'union entre les deux puissances était devenue, en fait, intolérable, une séparation honnête et vraiment libérale comme elle a été réalisée au Brésil, par exemple. La république fédérative du Brésil a laissé aux évêchés, aux séminaires, aux paroisses, aux associations religieuses leurs biens précédemment acquis. Elle s'est contentée de prononcer : Désormais nous ne considérons plus l'Eglise catholique comme institution officielle ; nous ne rémunérerons plus les services des officiers du culte mais nous vous laissons entière liberté d'action et de propagande, à condition que vous ne troubliez pas l'ordre et la tranquillité publique. Et, ce faisant, nous ne violons aucun contrat, aucune convention, aucun concordat. Nous vivrons chacun dans notre 'département'. Séparons-nous à l'amiable et restons bons amis ! Voilà comme doit s'exprimer une république vraiment libérale, une république athénienne. Voilà quel devrait être le statut de l'Eglise catholique en France.

S'il n'en a pas été ainsi, c'est un peu de notre faute. Les catholiques ont toujours été traités en suspects parce que beaucoup, depuis 1870 ont persisté à faire bande à part, à bougonner et à déblatérer contre la République, à lui faire grise mine. Il ne faut pas se contenter de subir le régime républicain d'un air résigné et rechigné. Il faut l'accepter &endash; c'est un fait accompli, inéluctable &endash; et il faut l'accepter avec sympathie, confiance et bonne humeur. Puisque le peuple, plus intelligent et plus instruit, entend participer à l'action politique et économique (et il y a lieu de reconnaître qu'il y est fortement intéressé), - puisqu'il veut être consulté et donner son avis sur les grandes réformes sociales qui doivent améliorer son sort, eh bien ! prenons à tâche de seconder ses désir légitimes, de servir ses intérêts, de l'aider à obtenir les améliorations possibles, équitables et pratiques !

Il y a certaines catégories de travailleurs dont les gains sont honnêtes et la conditions prospère. Mais il y en a d'autres qui sont exploités par un capitalisme égoïste, exigeant, dur, cupide et intraitable. Il y a des usines où le travail est octroyé à la demande la plus modique et où le sort de l'ouvrier, à la merci des caprices et des boutades du patron, est si précaire que Léon XIII lui-même n'a pas craint de déclarer que certaine servitude ouvrière était plus humiliante et plus dure que l'esclavage antique.

Il est donc nécessaire d'examiner de près les revendications de la classe ouvrière et les réformes sociales qu'elle désire. Les ouvriers ont élu députés les hommes politiques qui ont inscrit leurs desiderata dans leur programme. Ils nous suivront si nous nous montrons disposés à favoriser leurs légitimes aspirations.

Oui, certes, les catholiques, jusqu'alors, n'ont pas été, en masse assez francs, assez généreux, assez avisés. Ils sont restés trop attachés à des formes sociales surannées, démodées, 'ruineuses et penchantes'. A notre époque, la démocratie coule à peins bords.

Il serait inintelligent et déraisonnable de vouloir remonter ce courant.

Le Pape actuel, d'ailleurs, continuant la politique de son éminent prédécesseur, favorise de toutes manières l'ascension sociale du peuple et les organisations autonomes des travailleurs. Il approuve et seconde la création et le développement des œuvres économiques auxquelles il s'intéressait de près lorsqu'il n'était encore que patriarche de Venise. Il me disait, il y a quelques mois, dans une audience que j'ai eu l'honneur d'obtenir de lui : 'Le meilleur diocèse de l'Italie et peut-être même du monde entier, c'est la diocèse de Bergame. Il est très prospère à cause de l'activité et du dévouement aux œuvres populaires qu'y déployant les catholiques et le clergé'.

En effet les institutions économiques et sociales suscitée par l'initiative laïque et secondées par le clergé (mutualités, caisses rurales, coopératives), sont merveilleusement organisées dans ce district de la Haute Italie.

Léon XIII a promulgué les grands principes d'un traité idéal de justice et de solidarité sociale. Pie X songe plutôt à la mise en vigueur, à l'application de ces théories et il nous exhorte à ce grand travail.

Je joins à sa voix autorisée mon encouragement paternel en m'adressant à vous, jeunes gens. Ne boudez pas contre le siècle, ne vous tenez pas en dehors du mouvement moderne. Le peuple est persuadé que la religion catholique est hostile au progrès politique et économique. Il se défie de l'Eglise et de ses fidèles parce qu'il est croit indifférents à son sort. Ceux qui ont vu le peuple de près, qui se sont mêlés un peu à sa vie humble et pénible connaissent ce fâcheux état d'esprit, cette défiance ombrageuse et soupçonneuse dont son âme est empreinte. Et, d'autre part, en prenant connaissance in concreto et dans le détail, des desiderata des travailleurs, ils se rendent compte que leurs aspirations sont en grande partie, légitimes et louables.

C'est aux catholiques à reconquérir l'estime, la confiance, l'affection du cher peuple de France. Si nous restons étrangers au mouvement social, nous perdons définitivement toute considération et toute influence sur le peuple.

Il faut être hardiment de notre temps comme les catholiques d'Italie et montrer que la religion est un facteur puissant et indispensable du progrès social lequel est impossible sans moralité ferme et bien assise. Le clergé et les catholiques de Bergame ont conquis les sympathies de la population et fait élire, à de superbes majorités, leurs députés aux élections provinciales parce qu'ils se sont fait apprécier par leur généreuse et industrieuse aptitude à créer et à féconder des œuvres sociales populaires. Tous les conseillers provinciaux de Bergame sont des catholiques convaincus et pratiquants.

Nous obtiendrons les même succès si nous nous montrons résolument et franchement les amis du peuple. Le féodalité est passée ; le règne de la noblesse est fini ; celui de la bourgeoisie opulente et satisfaite amasse contre lui des colères terribles. La puissance politique et économique est aux mains du peuple désormais. Léon XIII &endash; un aristocrate pourtant de naissance, d'éducation et de… carrière -, l'a compris. Il est allé au peuple, lui porter l'Evangile et il lui a dit : 'C'est nous, catholiques, qui sommes vos vrais amis parce que nous possédons les principes qui sont la règle infaillible de toute justice, les facteurs et les garants de l'ordre et de la paix sociale, parce que nous avons chez nous la source divine de la charité, non pas seulement de celle qui console, qui adoucit, qui assiste et qui soulage les maux, mais de celle qui les prévient, qui protège, qui fonde, qui assure contre l'injustice et la misère, de celle qui s'ingénie à améliorer le sort des humbles, de celle qui se donne, qui se multiplie en entreprises généreuses et qui estime que rien n'est fait tant qu'il lui reste à faire. C'est l'Evangile qui a introduit dans le monde les idées de progrès morale, de fraternité et de solidarité et vous ne pourrez que par lui les rendre réalisables'.

Ceux qui rejettent l'Evangile et l'Eucharistie seront aptes à exposer de séduisantes théories mais n'auront pas le secret de les faire mettre en pratique. C'est le christianisme qui, par le seul moyen de la persuasion a su, non pas abolir d'un coup l'esclavage antique &endash; ce qui eût été impolitique et grandement dommageable aux intéressés &endash; mais l'adoucir, en atténuer peu à peu les rigoureux effets et le transformer en une condition meilleure, le servage. Aujourd'hui le salariat est aussi un servage très dur et très onéreux et c'est pourquoi les économistes chrétiens laissent entrevoir aux ouvriers l'avènement souhaitable et réalisable du régime de la participation qui sera bientôt, nous l'espérons, un progrès acquis sur la condition antérieure, susceptible de trop d'abus.

En dehors de la religion chrétienne vous ne rencontrerez guère que des phraseurs qui se grisent de mots, des tribuns intéressés à s'acquérir de la popularité, des arrivistes forcenés dons le souci dominant est d'emplir leur caisse, d'obtenir de hautes charges lucratives pour s'assurer les jouissances incomparables de l'orgueil et du dilettantisme supérieur.

Vous saurez discerner où sont les vrais amis du peuple. Vous écouterez les enseignements, vous étudierez la doctrine des sociologues et des économistes que vous aurez reconnus animés du véritable esprit chrétien, esprit de solidarité, d'abnégation et de dévouement à nos frères malheureux. Ils vous montreront comment se déduisent des principes promulgués par l'Evangile les projets modernes d'amélioration et de transformation des conditions du travail et de la propriété. Si le peuple arrive à comprendre combien de salutaires réformes sont en germe dans la doctrine catholique, il nous rendra sa confiance et la France redeviendra ce qu'elle était jadis, la généreuse et ardente promotrice de la civilisation chrétienne dans le monde.

Au cours d'un grand voyage que je viens de faire en Bohème, en Russie et en Finlande, j'ai eu la tristesse d'entendre des Allemands me dire : Si la France baisse dans l'estime de l'Europe, si elle en est réduite à cet état lamentable de décomposition morale et sociale, si ses propres fils lui déchirent les entrailles, c'est votre faute à vous catholiques, à vous, hommes d'Eglise ! Vous n'avez pas su jusqu'à présent révéler, appliquer, mettre en valeur le remède aux maux dont vous souffrez et ce remède, il est dans une législation inspirée par l'esprit de l'Evangile. Les catholiques sont demeurés trop longtemps inertes, passifs, maussades, l'esprit et le cœur tournés vers un passé mort ou vers un avenir chimérique. Ils ont vécu de souvenirs, de regrets et… d'illusions. Ils n'ont pas su être de leur temps ni démêler ce qu'il y a de juste, d'opportun de nécessaire, de réalisable dans le vœux de la classe qui souffre.

Il faut nous ressaisir et nous mettre à l'œuvre. A vous, chers amis, qui appartenez à une élite de la société, à vous de propager ces idées que je viens de vous soumettre et de faire en sorte que nous reprenions l'ascendant, que nous regagnions l'influence qui nous échappe et que nous avions en 1872-1875 lorsque nous avions l'honneur et la joie de conduire une légion de 10.000 hommes en pèlerinage à N.D. de Liesse. Que les temps sont changés ! Alors c'était la période des conquêtes, des succès, des triomphes. Aujourd'hui ce sont les défaites, le désarroi, le recul, la débandade. Mais rappelez-vous la généreuse parole de Desaix arrivant à 3 h. de l'après-midi sur le champ de bataille de Marengo et trouvant les troupes désemparées, décontenancées, abattues : la bataille est perdue ! mais il n'est que trois heures. Nous avons le temps d'en gagner une autre !

La vie sociale est analogue à une campagne militaire ; elle a ses marches, ses contremarches, ses engagements, ses combats, ses batailles. Et les échecs, les déroutes, les parties perdues se peuvent réparer. En avant donc, fils de la lumière, avec courage et confiance, pour Dieu et pour le salut de la patrie ! Ne laissons pas se vérifier les pronostics des prophètes de malheur ! La France est en gestation d'un nouvel ordre de choses ; elle cherche, elle s'agite, elle se travaille. C'est signe qu'elle n'est ni décrépite, ni paralysée, ni mourante. Elle vit elle vivra. Tôt ou tard, elle reprendra conscience de ses devoirs, de sa destinée, de son rôle de fille aînée de l'Eglise. Et Dieu ne laissera pas déchoir une nation qui a été l'initiatrice de tant de nobles entreprises, qui a été le champion du droit et de l'humanité et qui est encore, j'oserai le dire, une conditions de la vitalité de l'Eglise catholique ».

La finale de ce discours improvisé redit bien tous les sentiments intimes du p. Dehon et de tous ceux qui, en France, assistaient impuissants, à la persécution politique du gouvernement. Mais des mouvements généreux d'action social chrétienne couvaient sous la cendre, après les combats de 1875-1900. De là optimisme du p. Dehon. Il parle, lui français, à des jeunes français qu'il veut sensibiliser à l'action généreuse patriotique et chrétiennes. Ces propos, si peut bien les transposer à la situation de l'Eglise de l'après Concile garde toute leur actualité. On a tant proclamé « la mort de Dieu » et la « fin de l'Eglise des Eglises ». En reprenant les termes du p. Dehon, « l'Eglise cherche, s'agisse travailler ». C'est donc qu'elle ne meurt pas, « c'est signe qu'elle n'est ni décrépite, ni paralysée, ni mourante ».
 
 

M. Denis